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Mídia tem visão simplificada da Amazônia


www.envolverde.com.br - 04.11.10

Mídia tem visão simplificada da Amazônia

Por Mauro Malin, do Observatório da Imprensa


Estudiosa da Amazônia, a professora de geografia política Bertha Becker diz em entrevista ao Observatório da Imprensa que a região é tratada na mídia de forma simplificadora, em duas vertentes. "A primeira, ainda bem marcante, é apresentar a Amazônia como região exótica. É a visão de fora, que enfatiza o desconhecido, bichos, pássaros, vegetação. Por que tratar a região como exótica? Ela é parte do Brasil. Os processos que nela se desenrolam são os mesmos que marcam a estrutura da sociedade brasileira, às vezes com ênfases e cores diferentes, mas como parte integrante dessa sociedade, ainda que territorialmente distante."

"A segunda via de simplificação" ‒ critica a professora ‒, "iniciada há pouco tempo, se dá quando a mídia tenta se aproximar da realidade regional mas não capta sua complexidade. Quer informar, mas a abordagem é muitas vezes sensacionalista. A morte da missionária Dorothy Stang foi amplamente noticiada, como tinha que ser, mas não se sabe, por exemplo, quanta gente morre todo dia devido à violência nas estradas locais."

Bertha Becker é professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aposentada mas ativa. Redigiu o capítulo sobre Amazônia do documento com as conclusões da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em maio passado, que será publicado em dezembro. Ela mora no Rio de Janeiro, mas fez muitas viagens à região amazônica. Começou seus estudos no Sudeste do Brasil, chegou a Goiás e logo ao que é hoje Tocantins. Nos últimos anos, tem feito mais viagens à Amazônia Ocidental, partindo de Manaus e chegando ao Alto Rio Negro, na região conhecida como Cabeça do Cachorro.

População urbanizada

"A cobertura jornalística é difícil por causa da distância dos centros de comando do país, São Paulo, Brasília, Rio, e também pela extensão do território amazônico e pelas dificuldades de transporte. A Amazônia Legal, com pouco mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, corresponde a 61% do território brasileiro" ‒ aponta a professora. "Basta dizer que ainda há tribos indígenas não contatadas. Mas não há lá somente índios e traficantes", adverte.

"Um aspecto crucial, do qual poucos se dão conta, é que 70% de seus 20 milhões de habitantes vivem em cidades", acrescenta Bertha. "A Grande Belém tem 2 milhões de habitantes, Manaus se aproxima de 2 milhões. Algumas capitais de outros dos estados da região ‒ Acre, Rondônia, Amapá ‒ estão na faixa de 300 mil a 500 mil habitantes e há varias cidades com população em torno de 200 mil habitantes."

"Recentemente", conta ela, "fui entrevistada por um repórter do Washington Post que se mostrou surpreso com a existência de um shopping center numa cidade como Vilhena, em Rondônia. Uma constatação como essa perturba completamente a imagem, que se formou no exterior, de uma região exótica."

O maior banco genético do planeta

Outro desconhecimento, segundo a professora, é o do "fantástico potencial relacionado com os avanços da ciência. Nem os presidenciáveis deste ano pareciam saber que ela abriga, segundo muitos estudiosos, o maior banco genético do planeta, o que implica potencial para a produção de fármacos, fitoterápicos e cosméticos".

Ela destaca também um dos atributos mais conhecidos da Amazônia, as águas, e o potencial de produção de energias limpas, como, por exemplo, a energia solar. A região amazônica tem um potencial que não é utilizado. A região, diz, "presta serviços ambientais; são coisas intangíveis, como a absorção, pela floresta, de gases de efeito estufa".

Outra observação feita pela professora diz respeito à heterogeneidade da Amazônia:

"Há uma enorme diversidade interna. Na Zona Franca de Manaus, temos indústrias do século passado. Jazidas de ferro, petróleo e bauxita, matéria-prima do alumínio, são exploradas. Roraima tem um potencial fantástico de riquezas minerais. Por sinal, novos minerais estão sendo pesquisados. Infelizmente, as ca

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