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Quimioterapia para a Terra


www1.folha.uol.com.br - 08.11.10

Quimioterapia para a Terra?

Suponha que a atmosfera terrestre esteja doente e que essa doença, o aquecimento global, fosse um tumor (não é boa a analogia, mas serve para falar de terapias possíveis). A melhor estratégia, claro, teria sido a prevenção: fazer exames periódicos de mama e de próstata, a partir de uma certa idade, evitar alguns alimentos e tomar banho de sol só com protetor solar.

O câncer, porém, já se instalou, como o aquecimento global. Quanto mais cedo e diretamente for atacado, melhor. Por exemplo, cortando o suprimento de sangue, como fazem certos medicamentos que tentam conter a formação de vasos sanguíneos que irrigam o tumor e permitem que se espalhe.

É o que se chama, em matéria de clima, de "mitigação". Em lugar de sangue, o suprimento daninho que se deve cortar é o de dióxido de carbono. Com menos emissões de usinas termelétricas a combustíveis fósseis (óleo, carvão, gás natural), do setor de transportes e de desmatamento, o tumor para de crescer.

Caso a mitigação esteja difícil de conseguir, como provou o fôlego curto do Protocolo de Kyoto, pode-se tentar combater o câncer com força bruta. Por exemplo, extirpando o tumor com uma cirurgia.

Aqui a analogia começa a fazer água, porque não há bisturi capaz de arrancar calor (radiação) retida na atmosfera. Mas é possível pensar em intervenções na infraestrutura construída pelo homem sobre a Terra, como preparar cidades e agricultura para um eventual aumento de chuvas e de enchentes, ou a falta delas e as secas. Em matéria de clima, fala-se em "adaptação".

Agora, considere a hipótese de que tudo isso falhe, e que a temperatura da Terra suba mais rápido do que calculamos, sem sobrar tempo nem dinheiro para adaptar a civilização. Resta como último recurso a quimioterapia: empregar munição pesada para tentar matar as células tumorais, ainda que ao custo da matança de células inocentes do doente, como as que mantêm os cabelos, e de um mal-estar terrível.

No que respeita à atmosfera terráquea, esse recurso extremo seria a geoengenharia, ou, como preferem alguns, a climaengenharia (ou, ainda, engenharia do clima). Trata-se de intervenções em larga escala na fisiologia da Terra, capazes de alterar o metabolismo de energia e gases que a mantém em constante movimento - chuvas, ventos, ondas, estações etc.

Um exemplo: a ideia antiga de "adubar" oceanos com ferro, fator limitante para a proliferação de micro-organismos capazes de fazer fotossíntese. Vitaminados, eles se multiplicariam e consumiriam mais CO2 da atmosfera. Efeito similar pode ser alcançado com a plantação de gigantescas florestas: para crescer, as árvores precisam fazer fotossíntese e tirar dióxido de carbono do ar.

Há outras propostas, como pintar de branco os telhados das casas. As cidades de hoje são ciclopicamente grandes, e essa imensa área refletiria mais luz do sol de volta para o espaço (a quantidade de energia devolvida é chamada por climatologistas de "albedo"). Haveria menos radiação disponível para ser aprisionada por gases do efeito estufa e alimentar o aquecimento global.

Não faltam noções ainda mais mirabolantes. Já se falou em lançar milhares de espelhos em órbita, para barrar a radiação solar antes mesmo que chegue ao planeta.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/824221-quimioterapia-para-a-terra.shtml

folha.uol.com.br

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