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Estudo prevê aumento da fome nos próximos 10 anos


www.envolverde.com.br - 21.01.11

Estudo prevê aumento da fome nos próximos 10 anos

Por Fabiano Ávila, da Carbono Brasil


Se o ritmo atual do aquecimento global continuar, países como a Índia podem perder até 30% de sua capacidade agrícola já em 2020, o que aumentará o déficit entre a produção e a demanda por alimentos.

Em um planeta mais quente, países que são hoje grandes produtores de alimentos apresentarão uma forte queda na sua agricultura, enquanto regiões que atualmente sofrem com invernos rigorosos serão mais férteis, criando novas fronteiras agrícolas. Porém, com o aumento populacional, o déficit entre a oferta e a demanda de alimentos deverá crescer, chegando a deixar 20% da população mundial faminta.

É o que afirma o estudo “"The Food Gap -- The Impacts of Climate Change on Food Production: A 2020 Perspective” (A Falta de Alimento – Os Impactos das Mudanças Climáticas na Produção de Alimentos: uma Perspectiva para 2020), publicado nessa semana pela Fundação Ecológica Universal (FEU), uma organização sem fins lucrativos criada em 1990 na Argentina e que conta com o cientista climático Osvaldo Canziani, vencedor do Prêmio Nobel de 2007 junto com o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC).

O impacto de um planeta mais quente na agricultura será enorme, os 20 maiores países produtores de grãos terão quedas no plantio. Os piores efeitos deverão ser sentidos na Índia, segundo maior produtor de arroz e trigo, que pode apresentar uma redução de 30% na sua capacidade agrícola.

O estudo prevê que até 2020, a produção de trigo terá um déficit de 14% entre a oferta e a demanda, o arroz 11% e o milho 9%. Apenas a soja terá um resultado positivo, com uma oferta 5% maior que a demanda.

“O que fizemos foi analisar, sintetizar e atualizar os dados atuais e apresentá-los de uma maneira acessível para a sociedade”, explicou Liliana Hisas, diretora executiva da FEU-US e autora do relatório.

O continente que mais irá sofrer será a África, por causa de secas prolongadas. É grande a possibilidade que nas próximas décadas cerca de 75% da terra arável do continente esteja perdida e as plantações de milho, importantíssimas para a região, podem desaparecer completamente em alguns países.

As nações européias banhadas pelo Mediterrâneo também serão bastante afetadas, com os cultivos de uva e oliveira ficando ameaçados. Itália, Espanha e França possivelmente terão que buscar alternativas aos produtos que cultivam há séculos.

“A menos que ações concretas sejam adotadas, as mudanças nos padrões de chuva afetarão significantemente a produção agrícola mundial. Fenômenos climáticos ficarão mais frequentes e intensos devido ao aumento da temperatura”, afirmou Canziani.

O estudo reconhece que algumas regiões serão favorecidas com o aquecimento global, como o norte dos Estados Unidos, Canadá e Europa, assim como a China e a Etiópia. Porém, mesmo com o aumento da produção nesses locais, isso não será suficiente para suprir a demanda.

O aumento populacional deve elevar a população mundial para 7,8 bilhões de pessoas em 2020. O número de famintos deverá saltar dos atuais 14% da população para 20%, assim, uma em cada cinco pessoas passará fome.

Os preços dos alimentos também deverão subir em até 20% acredita a FEU e podem resultar em novas crises econômicas e conflitos entre os países.

“Nos últimos 20 anos nós estivemos falando sobre os impactos para as gerações futuras, porém essas transformações vão acontecer muito em breve. Talvez estudos como esse ajudem a sociedade a perceber que está na hora de agir, pois tudo está acontecendo mais rápido do que podíamos imaginar”, concluiu Liliana.



(Envolverde/Carbono Brasil)



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