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Urbanidade de SP: marcas da cultura italiana


www.envolverde.com.br - 21.02.11

Urbanidade de São Paulo carrega fortes marcas da cultura italiana

Por Desirée Luíse, do Aprendiz


Museu do Ipiranga, Teatro Municipal, Viaduto Santa Ifigênia e Igreja Santa Cecília. Muitas pessoas transitam por essas localidades na cidade de São Paulo e nem imaginam que as construções são marcadas pela influência dos italianos. A capital paulista é a cidade brasileira onde mais é visível a cultura destes imigrantes no país.

“Esta influência começou a ser mais sentida na arquitetura principalmente após 1885, quando o estilo que chamamos de Ecletismo cai no gosto da burguesia paulistana”, explica o professor do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Percival Tirapeli, autor de 16 livros sobre arte brasileira e patrimônio cultural.

“Cada edifício tem um estilo conforme sua função: uma igreja volta-se para o neogótico, o Teatro Municipal tem um estilo mais fantasioso, o que é governamental vai mais para o lado do clássico”, completa.

Os italianos corresponderam a 42% dos imigrantes (1,4 milhão do total de 3,3 milhões) que entraram no território nacional entre 1870 e 1920. Aos poucos, abandonaram o campo, burlando a vigilância dos fazendeiros e se dirigiram para as cidades.

A capital paulista foi a cidade que mais recebeu imigrantes italianos. São Paulo foi denominada “cidade italiana”, impulsionada pela massa operária que chegou a representar 90% dos 50 mil trabalhadores das fábricas em 1901.

“Arquitetos italianos quem vão produzir grande parte das construções para o ensino, a começar pela Escola Politécnica [da Universidade de São Paulo]”, lembra Tirapeli. Entre 1890 e 1920, foram construídos por volta de 170 edifícios educacionais, sendo a metade deles assinados por italianos.

O ensino profissional das artes ficou por conta do Liceu de Artes e Ofício de São Paulo, comandado por Ramos de Azevedo, que contratou mestres italianos, de acordo com o professor Tirapeli. “O objetivo era marcar presença do novo regime, a República. Mas, no caso do Monumento do Ipiranga, executado pelo escultor italiano Ettore Ximenes, ainda lembrava o Império”.

Outras grandes obras foram construídas por italianos, como a Santa Casa de Misericórdia, na Santa Cecília, o Palácio da Justiça, na Praça da Sé, e os edifícios Martinelli e Matarazzo, também no centro da cidade.

Nas localidades onde ainda se encontram a maioria dos imigrantes italianos e seus descendentes hoje, é possível acompanhar ruas inteiras de casas construídas por eles. “Os bairros dos imigrantes mais pobres são o Brás, a Mooca, Barra funda e Bexiga. Os dos mais ricos são Campos Elíseos, Santa Cecília, Vila Buarque e Paulista”, diz Tirapeli.

O professor lembra que até o próprio nome de ruas remetem à Itália: Rua dos Italianos, dos Alpes, dos Imigrantes, Príncipe de Nápoles, Veneza, Lombardi, Passalácqua e Humberto I.

“É importante observar o espaço da cidade. Interessante compreender a abertura do país para os modismos de todos os lados. Esse cosmopolitismo que permanece até hoje”, analisa.

Um dos edifícios símbolos da arquitetura moderna na cidade é o Museu de Arte de São Paulo (Masp), da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, projetado em 1957.

Escultura

Junto com a arquitetura, a influência italiana também está presente nas esculturas. Os monumentos na cidade de São Paulo são, na maioria, obras de artistas italianos ou de escultores de origem italiana, de acordo com estudo de Tirapeli.

Além do Monumento do Ipiranga, o Monumento aos Soldados da Revolução Constitucionalista de 1932, o Obelisco, também o Monumento às Bandeiras, ambos no Ibirapuera, e ainda o do Duque de Caxias, na praça Princesa Isabel.

São Paulo é considerada a terceira maior cidade italiana fora da Itália, perdendo apenas para Buenos Aires e Nova York. Estima-se um contingente de cerca de cinco milhões de italianos e descendentes apenas na grande São Paulo, no estado, 13 milhões, e em todo o Brasil, cerca de 22 milhões.



(Envolverde/Aprendiz)



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