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Crianças com Distúrbio Específico de Linguagem


www.envolverde.com.br - 02.03.11

Resolução de conflitos é mais difícil para crianças com DEL

Por Sandra O. Monteiro, da Agência USP


Falhas na linguagem oral transformam simples conversas em batalhas.

Crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) têm maior dificuldade de resolver conflitos, por isso, não dá para para isolar a doença e transformá-la em um distúrbio meramente linguístico. É mais do que isso, ele gera dificuldades sociais, de interação e de conversação.

Segundo a fonoaudióloga Erica Macêdo de Paula, o DEL é diagnosticável aos cinco anos. “Trata-se de uma dificuldade primária de linguagem em que as crianças têm dificuldade de expressar oralmente o que sentem ou pensam, tornando-se, em alguns casos, agressivas ou retraídas, sendo necessário, o tratamento fonoaudiológico”, descreve Erica

Ela esclarece que “o distúrbio não advém de quaisquer tipos de síndromes, deficiências mentais, psiquiátricas, articulatórias ou auditivas. O diagnóstico começa com a demora na fala, mas apenas se concretiza quando todas as outras hipóteses já se esgotaram.”

Para se ter uma ideia, “crianças com distúrbio apenas fonológico podem trocar os sons quando falam, como é o caso do “p e b”, do “d e t”, mas nos casos de DEL, as trocas são inusitadas e inconsistentes, como, por exemplo, a criança falar cisi quando quer dizer indicar o termo casa. E os sintomas não param por aí. Há trocas de vocabulário, gramaticais e, muitas vezes, dificuldade de compreensão.”

Algo interessante a se considerar diz a fonoaudióloga “é que não existe um padrão de características de crianças com DEL, elas são muito diferentes entre si”.

Dificuldade de resolver conflitos

Em sua pesquisa, Érica contou com o auxílio de um grupo controle de 20 crianças sem o distúrbio, estudantes de duas escolas públicas de São Paulo, e outra turma de 60 crianças com DEL, atendidas no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Desenvolvimento de Linguagem e suas Alterações, do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Todas as crianças tinham entre 7 e 8 anos. A orientação foi da professora Debora Maria Befi-Lopes. O mestrado foi realizado dentro do programa de ciências da reabilitação e financiado pela CAPES.

Para todas as crianças foram contadas cinco estorinhas, com ajuda de imagens, sobre temas que elas mesmas poderiam vivenciar e em todos os casos, a pergunta final era como você se comportaria.

Um exemplo dados às crianças de uma situação vivenciada, em que elas acabam por se identificar:“Rodrigo quer usar o computador pra jogar seu jogo favorito, mas seu irmão Lucas já está usando. Lucas odeia ser interrompido quando usa o computador. Se você fosse Rodrigo como o que você faria?”

As respostas foram pontuadas em uma escala de 0 a 4, as pontuações mais baixas (0,1 e 2) foram os recursos mais utilizados por crianças com DEL como bater, chorar, xingar, ou se isolar. Algumas vezes, a solução unilateral, nível 2, também foi utilizada. “A criança tenta resolver o conflito usando técnicas de suborno, se você fizer isto, eu faço… ou de chantagem, eu
sempre fui seu amigo…”. Já crianças com desenvolvimento normal de linguagem, além de respostas unilaterais, conseguem também ter uma atitude de maior cooperatividade e interagir em busca de uma solução comum para o problema.

Isolamento e “bullying”

Grande parte das crianças com DEL é impopular porque ficam isoladas, têm dificuldade de interagir e conversar. “No laboratório, por exemplo, há o caso de um menino que foi convidado pela primeira vez para uma festa de aniversário, com quinze anos”.

Porém, o que mais incomoda é que elas são taxadas como burras, porque aparentam ter baixo desenvolvimento intelectual, mas isto não é verdade. São crianças inteligentes, apenas com um distúrbio de linguagem e esta rejeição social, muitas vezes, as tornam acuadas e com baixa auto-estima.

Mais informações: ericamdp@usp.br



(Envolverde/Agência USP de Notícias)



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