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Oriente Médio: Mais perguntas do que respostas


www.envolverde.com.br - 10.03.11

Oriente Médio: Mais perguntas do que respostas

Por Mario Soares*


Lisboa, Portugal, março/2011 –

Até o fim da Segunda Guerra Mundial o Mediterrâneo foi o centro geoestratégico do mundo. Depois com a Carta Atlântica assinada por Roosevelt e Churchill e, mais tarde, com o Tratado do Atlântico e a Otan, criada em 1949 para conter a expansão do comunismo, o Atlântico ocupou, em importância, o lugar do Mediterrâneo. Por pouco tempo.

Sucessivamente, com a recuperação extraordinária do Japão, a guerra do Vietnã, a emergência da China e o desenvolvimento da Índia, o Oceano Pacífico começou a disputar o lugar do Atlântico.

Inesperadamente, hoje a história deu um novo e espetacular giro, com o despertar dos povos do Magreb e do Oriente Próximo. Trata-se de uma revolução múltipla? Em alguns aspectos é uma revolução completamente original, desencadeada por jovens, com acesso às novas tecnologias informatizadas que se concentraram nas ruas e praças das cidades reclamando liberdade, democracia, para dizer basta à corrupção e aos ditadores que os subjugaram há décadas.

Como escreveu Joschka Fischer, ex-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, “toda a região árabe-muçulmana está tumultuada”, com vários barris de pólvora prontos para explodir, talvez com algumas exceções como Arábia Saudita e Síria (no momento, penso eu), enquanto Israel e Palestina protagonizam outro conflito que parece se eternizar e é a razão de muitas violências na área.

Note-se que as rebeliões ocorridas até agora – exceto a da Líbia, um caso sui generis – não lançaram palavras de ordem contra a América do Norte, o imperialismo ou Israel. Não denotam um cunho religioso-islâmico, nem radical ou moderado. Chamam por valores e direitos universais e aspiram novos horizontes de progresso particularmente para as jovens gerações, mais preparadas e, no entanto, prejudicadas pelo desemprego e à deriva.

Na Líbia assistimos uma situação particularmente grave e excepcional, provocada por um louco furioso, Muamar Gadafi, que ordenou à sua guarda pretoriana matar os rebelados contra seu poder. É uma espécie de genocídio que acabará muito mal, talvez com o suicídio ou a morte do déspota. Este foi abandonado por membros do Conselho Revolucionário, militares, altos funcionários e embaixadores. Aqui, em Portugal, o representante de Trípoli disse que “ninguém que lance mercenários contra seu povo merece minha lealdade” e chamou o regime de “fascista, tirânico e injusto”, enquanto seu colega nas Nações Unidas pediu uma intervenção contra Gadafi.

Contudo, persiste a pergunta que todos nos fazemos: o que acontecerá depois da queda do ditador?

A mesma pergunta se faz em relação a todos os Estados em que houve levantes e os tiranos – militares ou civis, e até reis das teocracias existentes – concordaram com concessões que, em alguns casos, acalmaram os manifestantes. Porém, ninguém conhece a resposta, a não ser que a agitação prosseguirá.

O Estado-chave, sem dúvida, é o Egito, embora não no plano econômico. Foi seu Exército, aliado de Washington, que ordenou a repressão policial que no começo da revolta causou numerosas mortes e que, segundo penso, protegeu a vida do ex-presidente Mubarak. Como evoluirão o Egito e suas poderosas Forças Armadas? Apesar da promessa formal de que haverá “eleições livres e justas” para a Presidência e o parlamento, todo processo continua aberto. Por exemplo, com um governo civil no Cairo e uma presença importante dos Irmãos Muçulmanos no novo parlamento, poderão ser mantidas as relações privilegiadas com Israel?

Israel subsiste incólume – ultimamente com bastante arrogância – graças ao poder do lobby hebreu-norte-americano. Agora, deve fazer uma reflexão séria sobre seu futuro, negociar com a Palestina e, talvez, abandonar as colônias para se sustentar sem enfrentar novos conflitos. Em lugar da força militar, terá de usar a inteligência diplomática para dialogar. A pessoa para isso não é exatamente o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Entretanto, se quiser mudar o rumo, conta com a pessoa apropriada: o pre

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IPS

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