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Muitas cientistas brasileiras, poucas na chefia


www.envolverde.com.br - 11.03.11

Muitas cientistas brasileiras, poucas na chefia

Por Fabiana Frayssinet, da IPS


Rio de Janeiro, Brasil, 4/3/2011 – A quantidade de mulheres cientistas quase se equipara à dos homens no Brasil. Porém, na prática do laboratório ou na vida acadêmica enfrentam sutis barreiras que as impedem de ter as mesmas oportunidades de carreira ou igualdade salarial. Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1993 as mulheres representavam 39% do total de pesquisadores científicos, e agora são 49%. Contudo, quando se trata de chefias de laboratórios, essa porcentagem cai para 45%, e mais ainda em cargos superiores.

“De forma geral, o número de mulheres cresce de maneira contínua na ciência brasileira”, disse à IPS Jacqueline Leta, especialista na situação de gênero na ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com dados do censo de 2008, o estudo diz que havia nos laboratórios 60.291 homens e 57.662 mulheres. Entretanto, a situação varia quando se analisa cada área, esclarece Jacqueline, que integra o Programa de Educação, Gestão e Difusão em Ciências do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ.

A presença é maior nas áreas de saúde e biologia. Há casos emblemáticos como o da renomada geneticista Maiana Zats, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP). A genética é um setor onde as mulheres são maioria, segundo o CNPq, com 1.049 pesquisadoras contra 976 homens. E a presença feminina cai em áreas como pesquisa em engenharia, onde a proporção de mulheres é 4.151 para 15.203 homens.

“Ninguém escolhe uma carreira dez dias antes de prestar o vestibular”, disse Jacqueline ao atribuir essa decisão a “anos de influência cultural, do pai e da mãe, do clube, do que é divulgado na Internet e nos noticiários”, onde o avental branco e o microscópio são majoritariamente para os homens. São “complexas e diversas influências que começam por cenas remotas na infância, de meninas brincando com bonecas ou brincadeiras de costura, e homens, com videogames ou jogos de ciências”, afirmou.

A física Belita Koiller diz que a mudança deve ser cultural, com os meios de comunicação mostrando mais mulheres cientistas e estimulando a aproximação das meninas e das adolescentes aos laboratórios. “Muitas meninas que vêm em visita com suas escolas ficam fascinadas e assustadas ao mesmo tempo ao verem mulheres em um laboratório”, contou à IPS. São mitos sexistas que se desfazem em casa, mas também na escola.

Jorge Werthein, vice-presidente da Sangari Brasil, disse à IPS que mitos como o de que “as mulheres não têm cabeça para ciência” são rebatidos pelos números. A Sangari é uma empresa com sede na cidade de São Paulo que promove a ciência desde a educação primária, mediante métodos e materiais didáticos inovadores. Jorge também é diretor do Instituto Sangari, dedicado a democratizar o acesso à ciência, e destacou que o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes “mostra pouquíssima diferença no desempenho entre meninos e meninas na área de ciências”.

Jorge considera que a melhor política de inclusão “é a universalização da qualidade do ensino fundamental, para qualquer profissional de qualquer área, especialmente na de ciências”. Se dermos “condições iguais para mulheres e homens, terão oportunidades iguais. Se as meninas tiverem acesso a uma educação científica de qualidade desde a infância, poderão disputar o mercado de trabalho em melhores condições”, ressaltou.

É no mercado de trabalho e na concessão de bolsas que começam a se manifestar as diferenças de gênero mais visíveis. Jacqueline disse que, no Brasil, de cada cem pessoas com doutorado, 54 são mulheres. Porém, apenas 25% das bolsas de pós-graduação são concedidas a mulheres. Uma proporção que, por exemplo, se mantém nos cargos de direção da UFRJ, onde trabalha, embora metade dos docentes sejam mulheres.

Beatriz Silveira Barbuy, renomada astrofísica brasileira, disse à IPS que a situação melhora gradualmente, mas que as jovens cientistas ainda têm problemas de gênero para pesqui

http://envolverde.com.br/materia.php?cod=87615&edt=19

IPS

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