> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Bom dia
Sexta-Feira , 29 de Março de 2024
>> Notícias
   
 
Construção da escola influencia aprendizado


www.estadao.com.br - 03.05.11

Construção da escola influencia aprendizado

Planejamento dos espaços deve levar em conta as características da comunidade

Ocimara Balmant, Especial para o Estado - O Estado de S.Paulo


A correlação é imediata: quando se pensa em sala de aula, logo vem à mente um cômodo retangular, com carteiras dispostas em filas e a mesa do professor à frente. Exceto por uma ou outra experiência "alternativa", o modelo com séculos de uso é o que impera, tanto em escolas públicas como nas salas de aula da rede privada.


"Essa disposição facilita ao professor manter a ordem e o silêncio, mas não é o melhor para o aprendizado, não estimula a criatividade. Se você passa o tempo todo olhando para a nuca de seu colega, já não o valoriza", diz a arquiteta Doris Kowaltowski.

Professora da Universidade de Campinas (Unicamp), Doris acaba de lançar o livro Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino, com o objetivo de mostrar que a formação do aluno depende não apenas do professor e do material didático, mas também do espaço que frequenta.

A lista de locais transcende os metros quadrados da sala de aula. Um projeto arquitetônico escolar deve levar em conta do projeto paisagístico à altura do mobiliário adequada para cada faixa etária.

Em uma pesquisa realizada com estudantes em fase de alfabetização de escolas públicas de Campinas, a autora pediu que as crianças desenhassem o que gostariam que houvesse no lugar em que estudam.

O resultado mostrou que a maior parte das meninas gostaria que a escola tivesse parquinho e os meninos, campo de futebol. Foram raros os desenhos que mostraram um globo ou uma estante de livros.

"Os alunos não pedem uma biblioteca porque é algo que não lhes parece atraente. Pelo que eles conhecem de biblioteca, não conseguem imaginar que pode ser um espaço bonito e aconchegante, com poltronas confortáveis, por exemplo."

Não há, porém, uma fórmula pronta. Pelo contrário. Uma das peculiaridades de um projeto arquitetônico escolar é que ele não deve obedecer a um formato padrão. A construção precisa levar em consideração as características físicas e sociais do entorno do ambiente.

"Cada comunidade tem os seus próprios valores. Uma escola vai ser mais bem aceita e bem cuidada à medida em que a população é inserida", explica Doris. "Uma boa estratégia para facilitar esse convívio é apresentar uma maquete do projeto e ouvir o que os futuros usuários têm a dizer."

Foi o que ocorreu na favela Maracanã, que tem cerca de 6 mil habitantes e fica na zona sul de São Paulo. Por lá, a construção de uma creche foi resposta a um pedido antigo, feito há 20 anos pela população. Mas os moradores só se sentiram envolvidos após serem convidados a participar da construção. O mestre de obras era da comunidade e, no início, voluntários da região ajudaram em tarefas como construir a laje. Inaugurada neste ano, atende a 64 crianças.

Adaptações

Na prática, no entanto, a construção de um ambiente ideal de aprendizado extrapola a planilha do arquiteto e esbarra em obstáculos antigos e complexos. Na dissertação de mestrado que defendeu no ano passado na Unicamp, a arquiteta Marcella Deliberador entrevistou 44 escritórios de arquitetura que prestam serviço à Fundação de Desenvolvimento da Educação, órgão da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo que é responsável pela construção e reforma dos ambientes escolares.

Entre os problemas apontados pelos arquitetos, a topografia foi o pior. "Muitas vezes, o terreno da escola é o pior do loteamento."

A creche da favela Maracanã, por exemplo, fica em uma área irregular e, por isso, a construção precisou desconsiderar algumas diretrizes.

"A orientação é para que as escolas sejam térreas e tenham entrada de veículos em duas ruas", explica o arquiteto Adriano Bechara, que coordenou o projeto. "Mas o terreno era pequeno demais para não construir um nível superior e, no meio da favela, não passa nem carro. Para que faríamos duas entradas de veículo?", argumenta.

Se nas escolas públicas o terreno não favorece, no caso dos colégios privados a

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110502/not_imp713515,0.php

Jornal O Estado de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader