Mostra na Oca reúne peças raras de Coimbra |
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Jornal O Estado de São Paulo 22/01/2014 |
Os curadores da Universidade de Coimbra mostram como o ideário iluminista de traçar mapas de territórios conquistados mascarou uma visão utilitarista dos colonizadores
Logo ao entrar na exposição Da Cartografia do Poder aos Itinerários do Saber, aberta a partir de sexta, 24, na Oca, o visitante vê a figura imponente de Luís Antonio de Sousa Botelho Mourão na tela que ocupa o centro da mostra. Conhecido por Morgado de Mateus, ele virou nome de rua em São Paulo, mas poucos conhecem a história do nobre português que foi governador da cidade por dez anos (de 1765 a 1775). Entre outros feitos, Mateus elevou vinte povoados à categoria de vilas, defendendo as fronteiras contra o Império espanhol. A exposição, no entanto, está longe de ser uma elegia ao heroísmo. Os curadores da Universidade de Coimbra mostram como o ideário iluminista de traçar mapas de territórios conquistados mascarou uma visão utilitarista dos colonizadores. E mais: como esses mapas, pretensamente rigorosos, estavam mais próximos da pintura, técnica da qual os portugueses nunca foram mestres, ao contrário dos espanhóis.
Criada para comemorar os dez anos do Museu Afro Brasil e o centenário da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, a mostra é, segundo seus curadores, Paulo Amaral e Catarina Pires, da instituição portuguesa, uma “metáfora do mundo”, em que o visitante pode traçar o próprio itinerário segundo seu gosto. Nela, ele poderá ver objetos curiosos como 32 tampas de panela da tribo Woyo, do Congo, esculpidas com figuras que substituíam o diálogo entre marido e mulher quando o casal brigava. Ou a escultura de um hermafrodita da tribo Dogon, do Mali, notável por seu conhecimento avançado, especialmente sobre o sistema estelar de Sirius.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,mostra-na-oca-reune-pecas-raras-de-coimbra,1121594,0.htm
Jornal O Estado de São Paulo
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