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A pressão dos pais sobre os vestibulandos


Publicado pelo Jornal da Tarde
16/09/2003

O pai de Renato "queimou a língua", como ele mesmo diz. Vivia dizendo
que o filho poderia ser qualquer coisa na vida, menos advogado. E quase caiu da cadeira quando ouviu Renato dizer que vai prestar vestibular para direito. A mãe de Beatriz torcia exatamente pelo contrário: que a filha fosse advogada como ela. Ainda não se convenceu de que ela prestará psicologia e apresenta a jovem para os amigos dizendo que ela estudará direito no ano que vem.
Como se não bastasse ter de escolher a carreira e estudar para ser aprovado nos exames, muitos vestibulandos ainda precisam convencer os pais a aceitar a futura profissão. É o caso de Renato Galleotti Santana, de 19 anos. "Adoro direito e quero ser juiz, mas meu pai não aceita de jeito nenhum." O pior é que ele nem sabe direito o motivo. "Acho que tem a ver com o passado dele.
Meu pai era de um grupo de operações especiais do Exército na época da ditadura e sei que ele foi obrigado a participar da repressão contra a Guerrilha do Araguaia (movimento rural armado que lutou contra o regime militar, entre 72 e 75)", conta. "Acho que ficou traumatizado e descrente nas leis do País."
Filho mais velho, Renato diz que o pai não tem preferência por nenhuma profissão. "Ele fala que 'queimou a língua'. Não tem jeito de se conformar."
Mesmo sem o apoio do pai, o vestibulando vai em frente. "Sei que ele ainda tem esperança de que eu coloque outra carreira na ficha da Fuvest, mas não vou mudar meu futuro por causa da vontade dele."
Os pais de Thaís Pontes Corrêa, de 17, nem podem mais ter essa esperança. Em busca de uma vaga no curso de jornalismo, ela já preencheu a ficha da Fuvest, contra a vontade da família. "Sempre sonhei ser jornalista, mas minha mãe queria que eu trabalhasse com genética e meu pai, com direito", conta. "Eles dizem que eu não vou me dar bem na profissão porque ela não paga bem, é muito concorrida e não te especializa em nada. Mas acho que não é assim, quem faz o que gosta conquista o seu espaço."
Thaís venceu a família pelo cansaço. "Discutimos, brigamos, gritamos, mas fiz com que percebessem que era o que eu queria. Gostaria que eles estivessem me apoiando, mas vou manter minha escolha."

http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2003/09/16/ger027.html

Jornal da tarde

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