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Uso conjunto de pílula e cigarro traz risco


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo
21/09/2003

O dia 2 de maio de 1994 só aparentava ser uma segunda-feira como outra qualquer. Após ter trabalhado o dia inteiro, Luciana Scotti foi ao banheiro escovar os dentes para ir ao shopping com a mãe. Sentiu uma forte tontura e quase imediatamente entrou em convulsão. Ela teve uma trombose cerebral, episódio raro para uma garota de apenas 22 anos.

Ficou dois meses em coma, fez duas cirurgias no cérebro e teve um ataque cardíaco. Sobreviveu, mas ficou muda e tetraplégica.

À época, os médicos apontaram como causa do acidente vascular cerebral o uso associado de pílulas anticoncepcionais e cigarro.

Apesar de constar das bulas, poucas mulheres têm consciência e se preocupam com os riscos que essa combinação pode trazer.

É preciso ressaltar que episódios como esse não são comuns e que toda terapia hormonal --principalmente as utilizadas por via oral-- tem seu risco aumentado quando feita em conjunto com o fumo.

Tanto o uso de hormônios quanto o cigarro alteram a capacidade de coagulação sanguínea, aumentando a agregação plaquetária, inclusive dentro de vasos e artérias, elevando a possibilidade de a paciente ter doenças cardiovasculares, por exemplo, diz o presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Abrão José Cury Jr., 50, clínico-geral e cardiologista do Hospital do Coração.

O risco de doença coronária chega a ser 39 vezes superior e o de acidente vascular cerebral chega a ser 22 vezes superior em fumantes que usam anticoncepcionais em comparação com não-fumantes ou com fumantes que deles não fazem uso, diz trecho de artigo publicado na revista da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).

Entre as mulheres com menos de 35 anos, não-fumantes e que não usam pílula, quatro, para cada 100 mil, têm infarto. Já entre as que fumam e usam o anticoncepcional, na mesma faixa etária, o número sobe para 43 em 100 mil.

Esse risco cresce ainda mais a partir dos 35 anos, tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que médicos não indiquem anticoncepcional hormonal a mulheres fumantes acima dessa idade, explica o obstetra da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Abner Lobão Neto, 36.

Isso não significa que se deva dispensar o uso de anticoncepcionais. As mulheres que não pretendem engravidar devem conversar com seus médicos, contar seu histórico, para adotar o melhor método contraceptivo em cada caso.

Luciana Scotti, por exemplo, apresentava enxaquecas --o que poderia ser um sinal de que algo mais sério estava acontecendo. No entanto, apesar de ela ter informado sua médica na ocasião, não foi dada a devida importância. Não é possível culpar alguém pelo ocorrido, mas, talvez, com outra orientação, ele pudesse ter sido evitado.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2823.shtml

Jornal Folha de S.Paulo

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