IBGE mostra indicadores do país no século XX |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 30/09/2003 |
No século 20, o Brasil aumentou em dez vezes a população e multiplicou por cem sua riqueza. No entanto, resta o desafio de reduzir a desigualdade entre ricos e pobres. Em 1900, o Produto Interno Bruto (PIB) equivalia a cerca de R$ 1 bilhão, para uma população de 17,4 milhões de pessoas. Em 2000, chegou a R$ 1 trilhão para 169,6 milhões de brasileiros, segundo a publicação Estatísticas do Século 20, lançada ontem pelo IBGE.
O principal desafio, diz o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, "é trabalhar essa riqueza para que a população possa usufruir do crescimento e do desenvolvimento do País". Em 1960, a renda total dos 10% mais ricos era 34 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Trinta anos depois, a diferença havia saltado para 60 vezes. No mesmo período, o índice Gini, que mede a desigualdade, passou de 0,50 para 0,63. Quanto mais perto de 1, maior a distância entre ricos e pobres. É o que o economista Celso Furtado qualificou ontem de "imobilismo crônico" da sociedade brasileira. Segundo Furtado, fica claro que "o País que cresce economicamente, mas não se transforma, se deforma".
Os números - resumo
Nesses cem anos, o País passou de rural a urbano. Em 1940, 69% da população brasileira estava no campo. Em 2000, apenas 19%. Esse movimento acompanhou a economia do País: a participação da agropecuária no PIB caiu de 45% em 1900 para 11% em 2000, enquanto a da indústria aumentou em quase três vezes (de 11,6% para 28%). Mas é a agropecuária que deve causar impacto no novo século, com a expansão do agrobusiness. Também cresceu o setor de serviços, que chegou ao fim do século com uma participação de 61% no PIB, superior aos 44% do ano de 1900.
A urbanização trouxe melhorias na qualidade de vida do brasileiro. O acesso à saúde mais que dobrou a expectativa de vida: de 33,6 anos em 1900 para 68,6 anos em 2000. A mortalidade infantil caiu de 162,4 óbitos por mil crianças nascidas vivas para 29,6 por mil.
A expansão das cidades fez crescer o número de escolas, levando o analfabetismo a cair cinco vezes em 80 anos. Em 1920, 65% da população de 15 anos ou mais não sabia ler e escrever. Em 2000, esse índice era de 13%. Ainda na comparação com o cenário mundial, o Brasil pulou de oitavo para quinto país mais populoso nos últimos 50 anos.
Todas as evoluções sociais acompanharam o crescimento do PIB, que levou o País a ser incluído entre as dez maiores economias do mundo. O PIB per capita do brasileiro cresceu quase 12 vezes de 1901 a 2000, com uma média de 2,5% ao ano, passando do equivalente a R$ 516 para R$ 6.060.
Veja matéria na íntegra em:
http://www.estado.com.br/editorias/2003/09/30/ger020.html
Jornal O Estado de S.Paulo
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