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Palavra do Secretário: A ciranda de uma estrela


Publicado pelo site da SEE/SP
01/10/2003

A literatura é uma espécie de passaporte mágico. Um bilhete singular que nos permite cruzar as fronteiras do tempo e do espaço, da luz e das trevas, do real e do imaginário, do particular e do universal. Uma vez viajantes, somos conduzidos por enredos, tramas e personagens que comumente nos transportam para dimensões paralelas. Universos capazes de mesclar passado, presente e futuro, terra e céu, tristeza e alegria, grito e silêncio, medo e coragem, desejo e repulsa, configurando uma confluência tão inusitada quanto sedutora.

Livros e histórias preservam em seu gene elementos surpreendentes e sensações indescritíveis. A nós, leitores, cabe embarcar nas aventuras criadas pelos escritores – homens e mulheres que descendem da linhagem onírica do mago Merlin. Bruxos do bem que detêm uma sabedoria especial. Alquimistas especializados em misturas e poções poderosas. Juntos, compartilham entre si o dom da criação: “inaugurando linhagens e fundando reinos”, como já disse a poeta Adélia Prado certa vez... Escritores são como divindades capazes de dar um sentido ainda maior à vida de todos nós, que pertencemos ao rol de personagens da existência real.

Esse poder possivelmente determina a essência da escritora paulista Lygia Fagundes Telles, homenageada na Sala São Paulo, neste dia 29 de setembro, para marcar o Lançamento do “I Prêmio de Literatura Lygia Fagundes Telles”. Durante todo o mês, as escolas da rede estadual de ensino organizaram eventos e realizaram estudos relativos à obra da autora.

Lygia é misto de mulher e de deusa, que nos arrebata pela palavra e nos domina pelo verbo. Artífice do texto, Lygia nos concede, com suas histórias, os instrumentos necessários para transitar entre a seara do concreto e do abstrato, do possível e do impossível, da sanidade e da loucura, do bem e do mal, do sagrado e do profano – numa dialética de diversidade fascinante. Dialética que nos desperta para a importância dos ensinamentos conquistados por meio da esfera da fantasia.

A literatura nos multiplica, nos transforma, nos desperta para outras realidades. A literatura nos faz sonhar, nos redime, nos escandaliza, nos provoca a catarse muitas vezes necessária para que nos reconheçamos em essência.

Por isso estamos aqui para fazer reverência à Lygia Fagundes Teles, uma mulher iluminada cuja trajetória poética se confunde com a própria poesia de São Paulo. Poesia de uma cidade contraditória, paradoxal, pulsante... Metrópole que assusta e, ao mesmo tempo, seduz, assim como a obra de Lygia.

Em meio às Invenções e memórias e às numerosas Histórias de desencontro que marcam nossa jornada neste mundo, Lygia consegue exercer, verdadeiramente, uma eficiente Disciplina do amor, que se estende dos seus amigos próximos aos leitores mais longínquos e desconhecidos.

Sábia Lygia Fagundes Telles... Mulher altruísta que se doa por meio da literatura e que acredita no poder renovador e revelador da palavra. Finalizamos nossa fala lembrando sua maravilhosa resposta quando questionada sobre se a literatura pode melhorar as pessoas:
“Pode melhorar, sim. Pode desviar do vício, da loucura. Pode estancar a loucura através do sonho. Eu tenho um impulso que talvez seja um impulso cristão, pelo próximo. (...) E a literatura me proporciona isso. (...) É uma forma de amor. Acho que é isso. No fundo a literatura é uma forma de amor”.
Leia o artigo na íntegra em:

http://www.educacao.sp.gov.br/palavra_sec/2003_09_30.asp

Secretaria de Estado da Educação

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