Crianças estudam Filosofia em escola da Capital |
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Publicado pelo site da SEE/SP 09/10/2003 |
A cena já se tornou comum na Escola Estadual Professora Marina Cintra, na capital paulista: grupos de crianças passeiam pelo pátio da instituição com livros nas mãos, lendo em voz alta citações de Sócrates e Platão. São as chamadas leituras peripatéticas, comuns na Grécia Antiga. A atividade remete os alunos a conceitos básicos da civilização ocidental, no curso de Filosofia implantado pelo professor William Hoberg Mattos.
Implantado há dois anos, o programa tem como objetivo colocar desde cedo os alunos em contato com questões como consciência, ética, cidadania e imagética – interpretação do significado das imagens – para que desenvolvam um espírito crítico e questionador.
Por meio de jogos de palavras, a partir do conceito socrático “conhece-te a ti mesmo”, os jovens fazem verdadeiros movimentos mentais, transportando-se para o passado e comparando determinadas idéias com a realidade atual.
Descobrem, assim, diferenças entre os aspectos das famílias em cada época e observam outros enfoques do papel do pai e da mãe dentro da sociedade. Teorias de filósofos e escritores como Descartes, Kant, Heráclito e o franco-romeno Émile Cioran também são abordadas.
“Faço debates desconstrutivistas, perguntando para cada um dos alunos o que seria o mundo sem a idéia do paraíso”, conta o professor, que atua como voluntário no projeto. Cada um reflete e expõe sua opinião em sala de aula. Um diz que seu paraíso é sua própria mãe, outro, que a paz é a chave de tudo, sempre entrando em assuntos que relacionem o universo às suas vivências.
As aulas são ministradas para todos os cerca de 1480 alunos da escola, voltada para o Ensino Fundamental. Os temas colocados são proporcionais a cada faixa etária e o grau de dificuldade vai se afunilando gradativamente. A Filosofia não faz parte do currículo regular, mas está auxiliando os alunos a compreender melhor não só as outras disciplinas, mas dilemas de seu dia-a-dia.
Houve o caso de um menino de cerca de 8 anos que aconselhou seu pai, ao vê-lo discutir com a mãe. “Pai, o senhor nem se conhece e está discutindo. Antes, conheça-te a ti mesmo”, ensinou, na linguagem filosófica.
Leia a matéria na íntegra em:
http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/2003_10_09.asp
Secretaria de Estado da Educação
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