Rejeição ativa circuitos da dor no cérebro |
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Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 10/10/2003 |
É doloroso ser excluído de uma festa --literalmente doloroso. Segundo um grupo de psicólogos da Universidade da Califórnia, os mesmos circuitos do cérebro que processam o incômodo de uma dor nas costas também lidam com a rejeição e a exclusão social.
Eles descobriram isso após submeter 13 voluntários a um jogo, enquanto monitoravam suas reações cerebrais com imagens obtidas por ressonância magnética.
No jogo, os pesquisadores pretendiam investigar dois tipos de exclusão social, uma supostamente ocasionada por problemas técnicos e outra intencional, provocada por outras pessoas. Para isso, criaram o seguinte estratagema: colocaram o voluntário junto ao aparelho de ressonância, de frente para um monitor de computador que mostrava dois outros supostos participantes. O jogo consistia simplesmente em jogar a bola para um dos outros jogadores, após recebê-la.
No início, o voluntário era informado de que ainda não poderia participar, por uma falha na conexão com os outros dois supostos participantes. Assistia, impassível, ao jogo dos outros dois.
Após algum tempo, os cientistas comunicavam: a conexão havia sido estabelecida. O jogo começava normalmente, e o voluntário recebia algumas bolas, mas, em seguida, os outros paravam de lhe passar a bola, voltando a jogar sozinhos. Na verdade, os dois outros jogadores eram controlados por computador, mas o voluntário achava que eram duas pessoas, que, por alguma razão, não queriam jogar com ele.
Após o fim do experimento, os voluntários reportaram perturbação ao se sentirem excluídos, processo que foi correlacionado à ativação de uma área do cérebro conhecida como córtex cingulado anterior. É a região normalmente associada ao incômodo causado por dores de natureza física, como uma torção ou uma pancada.
Isso não quer dizer que as duas sensações sejam iguais. "Embora as dores físicas e sociais sejam ambas "dolorosas", elas obviamente são diferentes. O elo comum entre as duas é o elemento de incômodo associado à atividade do córtex cingulado anterior", explica Naomi Eisenberger, que liderou a pesquisa publicada hoje na revista americana "Science" (www.sciencemag.org).
Laia a matéria na íntegra em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10287.shtml
Folha de São Paulo
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