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Capitu Sou Eu, diz o novo Dalton Trevisan


Publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo
12/10/2003

O novo livro de contos de Dalton Trevisan, Capitu Sou Eu (Record, 112 págs., R$ 19), remete em seu título, a um só tempo, ao romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, e à síntese causídica de Gustave Flaubert, autor de Madame Bovary - "Bovary c'est moi", "Bovary sou eu". Mas quem é Dalton Trevisan?

Dalton Trevisan, nascido em 1925 e que talvez nunca venha a ser entrevistado, recluso em Curitiba, é o velho e estranho contista de sempre nessa nova obra, que não surpreende, mas também não decepciona. E que consegue, a partir de clichês, tensões programadas, bom humor e, ainda, muitas citações (muitas vezes à própria obra, como é o caso de A Polaquinha), contar as histórias mais simples com elegância e transformar as referências literárias sofisticadas em agressões que tiram o equilíbrio do leitor, despertando paixões momentâneas e perguntas duradouras, sem, necessariamente, fazê-lo descer (ou cair) de todas as suas convicções e preconceitos.

Embora o conto que abre o livro, Capitu Sou Eu permita uma associação direta com o que o encerra, O Menino do Natal (ambos tratam da sedução entre mulheres mais velhos e homens jovens), talvez seja melhor começar por um dos poemas que compõem a coletânea, Cantares de Sulamita, que remete a outro clássico da literatura erótica, o Cântico dos Cânticos, de Salomão, um dos livros que integram a Bíblia. O que é um pouco mais que sugestão no texto bíblico torna-se bem mais explícito em Trevisan.

Sulamita, no caso, não pede que seu parceiro derrame vinho em seu ventre, mas que ele murmure "gentilmente palavras porcas", que "bata morda xingue por favor", que fungue no cangote e a agarre "todinha". Caso contrário, aí, sim, ela há de morrer. Mas morrer mesmo, morrer "mortinha de amor" ou morrer apenas um pouco, como descreve o orgasmo a língua de Flaubert? Sulamita, em seu segundo cantar, explica: "moça honesta já não sou/ e como poderia/ se você me corrompeu até os ossos"; "como seria honesta/ se você me deitou nos teus braços" e... Enfim, o resto fica para quem se deparar com o livro.
Leia a matéria na íntegra em:

http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2003/10/12/cad037.html

O Estado de São Paulo

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