Faculdades públicas têm mais docentes doutores |
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Publicado pelo jornal Folha de S. Paulo 18/10/2003 |
Tanto o setor público como o privado vem registrando um índice positivo para o ensino superior: o aumento do número de docentes com doutorado.
As faculdades públicas lideram esse quesito de qualidade no ensino. Em 98, elas tinham 28,1% de doutores contra 9,3% das privadas. Em 2002, essa correlação havia passado para 38,2% contra apenas 12%.
Os doutores passaram de 31.073 em 1998 para 49.287 no ano passado. Enquanto as instituições particulares registraram um aumento de 128% nesse item no período, as públicas tiveram 36% de crescimento.
"O expressivo aumento absoluto do número de doutores no setor privado, no entanto, dilui-se quando percebemos que, em igual período, o seu quadro docente teve aumento de 76,7%, enquanto o quadro de docentes das instituições públicas teve aumento de apenas 0,3%", diz o Censo da Educação Superior 2002.
Para o vice-presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Superior), José Fernandes de Lima, o número de doutores aliado à relação candidato/vaga das instituições públicas demonstra que elas são "referências de qualidade".
"As públicas continuam sendo as mais procuradas exatamente pela qualidade, já que têm professores mais qualificados, com mais dedicação e voltados para a pesquisa. Exatamente por isso precisamos manter investimentos no setor", defende.
Segundo Lima, a proposta de expansão do sistema público federal apresentada pela Andifes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ajudar o setor a retomar parte mais significativa da educação superior.
Entre as propostas estão a de ampliar o número de cursos noturnos, expandir a universidade para regiões ainda não atendidas e ocupar vagas ociosas.
"Colocamos as nossas vontades, mas precisaremos de mais recursos", afirmou.
Já José Valter Pereira dos Santos, da Anup (entidade que representa escolas particulares), diz que é preciso um maior planejamento para o ensino superior, inclusive com novas formas de financiamento, e um sistema de avaliação bem montado.
Apesar de continuar tendo um número significativo de doutores, as instituições públicas têm "perdido" professores. Em 1994, elas tinham 53% do total, passaram a 50,7% em 1998 e 36,9% no ano passado.
Caminho inverso fizeram as particulares, o que resultou em uma proporção de 16,9 alunos por professor.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14011.shtml
Folha de São Paulo
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