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A São Paulo de 1954, aos 400 anos


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 13/11/2003

Era tudo tão diferente, que Manoel Carlos não escrevia novelas, como
Mulheres Apaixonadas. Encarava o palco, na qualidade de ator. A televisão, com quatro anos de existência, era uma novidade vista por poucos. Programas só ao vivo: não tínhamos videoteipe. Imagens
em preto e branco.

Outra coisa revolucionária: inaugurava-se o Sirva-se, na Rua da Consolação. Nosso primeiro supermercado.

São Paulo chegou aos 400 anos, em 25 de janeiro de 1954, com 2,5 milhões de habitantes (hoje são 10,5 milhões). Os 110.767 veículos licenciados no departamento de trânsito (hoje, 5,5 milhões) já congestionavam as ruas. Metrô não existia. Os bondes andavam
sobre trilhos, mas na superfície – o que complicava ainda mais as coisas.

Não havia Rubem Berta- 23 de Maio, Radial Leste, Marginais do Tietê e do Pinheiros. Não existiam vias expressas. Um cronista da época reclamava das autoridades de trânsito: “Estabeleceram cerca de 300 sinais semafóricos na capital, cada um dos quais funciona como uma verdadeira porteira.” O que diria ele com os 5.300 cruzamentos com faróis de hoje?

O trânsito de carros importados (não havia indústria nacional) matou 210 pessoas em 1954 (em 2000 foram 1.490). As motos também eram
importadas, e raras. Assim, apesar de todos os problemas, não havia 160 mil motoboys correndo pelas ruas como hoje.

São Paulo perdera o aspecto provinciano de poucas décadas antes. Agora era “a cidade que mais cresce no mundo”, com “arranha-céus” despontando em muitos lugares. Abelardo Figueiredo, produtor
na PRF-3, TV Tupi (nossa primeira emissora), e diretor musical, achava-a metropolitana como Chicago, onde estudara.

“A primeira vez que vi uma mulher com uma estola de visom foi aqui.” As estolas, que as chiques colocavam sobre os ombros, eram moda
internacional. E não era politicamente incorreto matar visons,
de pêlo tão macio, para fazer uma peça de roupa.

Naquele 1954, Abelardo foi convidado para montar o balé do 4.º Centenário. Um espetáculo grandioso, que tinha até cenários de Cândido Portinari (este ano, vai montar o balé dos 450 anos). Entre a efervescência dos preparativos, tinha tempo de circular com seu Citröen (com motorista, ele não dirige) pela cidade. (Esse Citröen era um carrinho francês preto, com as portas abrindo da direita para a esquerda.)

O que a cidade oferecia? A memória de Abelardo, afiada aos 70 anos, registra a classe da boate do Hotel Esplanada, situado atrás do Teatro Municipal (hoje sede de empresa). Ali apresentaram-se grandes vozes da época, como Silvio Caldas e Elisete Cardoso.

Outra casa de sucesso era o Chicote, atrás da Escola Caetano de campos, na Praça da República (a escola, há anos, deu lugar à Secretaria Estadual de Educação). No palco, a cantora e pianista Madalena de Paula.

Abelardo adotou o chá, não das cinco, como o dos ingleses; mas das quatro. Todas as tardes tomava sua chávena no Salão de Chá do Mappin
(“Uma delícia havia desfile de modas”) ou na Vienense, esta num primeiro andar da Barão de Itapetininga.

O salão de chá e o próprio Mappin desapareceram. A elegante Vienense,
onde violinistas embalavam o chá dos bem-sucedidos, terminou seus dias como restaurante por quilo. Abelardo perdeu o hábito do chá, mas retomou-o nos últimos tempos. O ano do quarto centenário foi-lhe mesmo marcante: em junho, casou-se com Laurinha Figueiredo.
Leia a matéria na íntegra em:

http://jpdf.estado.com.br/

O Estado de S.Paulo

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