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Medicina atrai mais nas estaduais paulistas


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 13/11/2003

Intuitivamente, o vestibulando percebe que uma boa parte de seus colegas de cursinho ou de colégio quer ser médico. Com a divulgação do número de inscritos nos vestibulares das estaduais paulistas na semana passada, a intuição foi confirmada.

Na Unicamp, o caso mais gritante, de todos os candidatos, 22,7% são de medicina. Além do curso da própria universidade, que teve o maior número de inscritos, o vestibular conta ainda com o da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), o segundo mais procurado.

Apesar de haver 85 carreiras disponíveis na Fuvest, 9,4% dos candidatos são de medicina. Na Unesp, instituição em que há 155 cursos, 10,1% dos inscritos estão em apenas um deles: medicina.

O principal fator que impulsiona essa grande procura pela carreira, segundo especialistas, é o status da profissão na sociedade brasileira. Além de ter sua imagem positiva reforçada pelos meios de comunicação (os médicos bem-sucedidos e ricos das novelas, por exemplo), o prestígio tem origens históricas.

"Ainda no período colonial, a elite mandava os seus filhos para a Europa para estudarem direito ou medicina ou para virarem padre", disse a socióloga da Unesp Dulce Whitaker, autora do livro "Escolha da Carreira e Globalização". Até hoje, as duas carreiras ainda são as mais procuradas na maioria das universidades públicas.

Segundo o pedagogo e orientador vocacional Silvio Bock, a própria família, mesmo que indiretamente, acaba contribuindo para a manutenção do alto prestígio dos médicos. "Muita gente que quer medicina diz ter fechado essa escolha muito cedo, até com seis anos de idade. Quando se é pequeno, a criança diz que quer ser astronauta e ninguém leva a sério. Depois, ela diz que vai ser cantora, e todos dão risada. Quando ela diz que vai ser médica, entretanto, todo mundo diz 'Oh!' e apóia. Isso vai formando a identidade da pessoa", disse ele, que escreveu o livro "Orientação Profissional - A Abordagem Sócio-Histórica".

Para a psicóloga Rosane Levenfus, co-autora do livro "Orientação Vocacional Ocupacional", outro fator está ligado à auto-estima de alguns estudantes e ao fato de o curso ser o mais difícil para conseguir uma vaga. "Aquela pessoa que sempre foi um pouco deixada de lado na escola pode acabar optando por medicina para 'mostrar do que é capaz'", disse.

Outro motivo seria a insegurança de não ser aprovado em outro curso. Como todos sabem que é preciso uma nota muito alta para passar em medicina, a pressão acaba sendo menor. "Tem gente que pensa que ser reprovado em medicina pode, mas ser reprovado em outro curso é burrice. Somando todos esses fatores com as pessoas que estão fazendo uma escolha consciente, que conhecem os problemas da carreira, a procura fica muito grande", disse.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14297.shtml

Folha de S.Paulo

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