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Brasília: juventude rejeita a pecha de violenta


Publicado pelo JB Online 24/11/2003

Uso de drogas e álcool, maioridade penal, truculência policial. Nada escapa às críticas da garotada brasilienses. Hoje, os jovens metem sim o bedelho em assunto de adultos. E, se o tema for violência, sabem muito bem o que falar. A galera brasiliense se sente incomodada em em uma cidade que considera seus jovens violentos e agressivos e por levar a pecha de ''filhinho de papai'' por causa da ação de uns poucos tem incomodado a maioria. Bastante madura, a juventude criada em Brasília sabe admitir suas falhas mas não aceita a fama que lhe é atribuída de ''mais violenta'' que a de outros grandes centros do país.
Na semana passada, o Jornal do Brasil reuniu onze alunos de um colégio particular de ensino médio do Distrito Federal para debater um pouco sobre a violência juvenil. Um tema que, para os jovens de 16 a 18 anos (sete rapazes e quatro moças), já faz parte do cotidiano. Na televisão, nas quadras, nas ruas e até mesmo nas escola: hoje, pouca coisa acaba surpreendendo os adolescentes.
- As pessoas se acostumaram com a violência. Essa é a realidade. Ela está no dia-a-dia e é circular. De repente surge alguma coisa que choca a sociedade, mas aí a gente muda o canal e vai se acostumando - filosofa Filipe Vieira, 16 anos.
Para os estudantes, o maior problema da violência entre os adolescentes do DF é o sentimento arraigado de impunidade. Um defeito que remonta, acreditam, aos tempos da construção de Brasília, quando os primeiros servidores públicos vieram transferidos do Rio de Janeiro para a nova capital.
- Brasília é certeza de impunidade. Muitos dos transgressores da lei não são devidamente punidos. O que aconteceu no caso do índio Galdino sempre se repete - relembra Filipe.
No raciocínio dos jovens, criou-se uma mentalidade que a justiça brasiliense não pune os filhos da elite, por ser uma cidade povoada de cidadãos poderosos e influentes. ''Filho de militares, juízes, delegados e deputados - quem tem influência é privilegiado'', declara um dos rapazes, indignado. A imagem pejorativa extrapola as barreiras da capital e se espalha pelo país.
- Todo mundo acredita que aqui só tem filhinho de papai, mas não é bem assim. Nós também ficamos revoltados com os casos, envolvendo brasilienses, que a mídia mostra - explica Cecília Franco, 18 anos.
Nascidos a maioria na cidade, todos os participantes do bate-papo já foram assaltados ou conhecem alguém muito próximo que já teve algum objeto furtado. Para os alunos, a polícia é pouco atuante no combate aos assaltos e na repressão a agressões, comuns nos shoppings, boates e portas de colégios. A força policial é classificada de ''ineficiente'' na repressão da violência urbana, pois sempre chegaria atrasada, e, o que é pior, truculenta.
- Muitas vezes a violência parte de quem devia nos proteger - dispara Cecília.
- Já cansei de tomar bacú (revista policial) sem estar fazendo nada de errado - conta André Antunes, 18 anos.
Se o assunto é a maioridade penal, a polêmica se espalha. Embora acreditem ser um jovem de 16 anos consciente de seus atos, não acham que a redução da maioridade possa diminuir a criminalidade.
- A sociedade está cada vez mais precoce. A partir de 14 anos todos já sabem o que fazem. Eu tenho 18 anos, minha cabeça mudou pouco desde os 16 - conta Cecília.
Segundo os jovens, seria difícil delimitar em quais casos os adolescentes devam ser punidos como adultos. Para eles, se o crime é hediondo, a pena precisa ser severa, mas se roubam por ''fome'', como eles mesmo pontuaram, não devem ser julgados com a lei comum.
- O amadurecimento é um processo. Não dá para analisar toda a sociedade igualmente porque ela não é igual - analisa Arthur Tavares, 16 anos.
- Nesse ritmo de violência, daqui a pouco punir os maiores de 16 anos não será suficiente. Aí as crianças serão julgadas se não fazer dever de casa ou brigar na creche - ironiza Felipe.
Veja a íntegra da matéria em:

http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasilia/2003/11/23/jorbrs20031123001.html

JB Online

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