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Chegou o micro que fala, para cegos


Publicado pelo Jornal O Estado de S.Paulo 28/11/2003

Antônio Carlos Grandi, de 48 anos, se aposentou como professor de biologia há quatro anos, quando perdeu a visão. Desde ontem, passou a trabalhar como voluntário, uma vez por semana, no centro de acesso à internet da Fundação Dorina Nowill para Cegos, no bairro de Vila Mariana, em São Paulo. Batizado Cyber Place, o centro tem quatro computadores doados pela IBM, que usam o software Home Page Reader (HPR), que lê as páginas da Web para o deficiente visual.
Grandi foi treinado pela IBM para auxiliar outros deficientes visuais que visitarem o centro. "O programa é bem prático, bem direto", afirma o monitor. "Aprendendo poucos comandos, na primeira apresentação, já é possível usar." O Cyber Place tem três outros monitores, que não são cegos.
Para diferenciar o texto normal dos links de hipertexto, que levam para outras páginas quando clicados, o programa emprega duas vozes diferentes: uma feminina e outra masculina. Com o programa, a fruição do meio só não é completa porque o software ainda não é capaz de descrever as imagens.
Quem navega esta internet sonora, que acontece no tempo e não no espaço, pode escolher a velocidade de leitura. O programa lê textos em sete idiomas.
Em inglês existem as alternativas do britânico e do americano. "O computador traz mais independência para nós", explica a professora Dorina de Gouvêa Nowill, presidente da fundação e cega desde os 17 anos. "Antes, precisávamos de alguém que lesse os textos. Depois, começamos a ter as fitas K7 e os CDs.
Com a internet, podemos ter acesso direto aos textos." Com 84 anos, Dorina também está começando a usar o computador.
A informática pode ser um ótimo campo de trabalho para deficientes físicos, incluindo os visuais, na opinião de Minoru Nagashi. Gerente de informática, com 14 anos de trabalho na fundação, ele tem 30% de visão e somente no olho direito. "Na programação de computadores, o deficiente visual pode usar o máximo de seu potencial intelectual, num ambiente estático", explica Nagashi. "Pode parecer estranho, mas existem deficientes visuais trabalhando até como web designers (desenhando páginas de internet)."
A IBM planeja doar mais 10 computadores para a fundação no primeiro semestre de 2004, ampliando o centro de internet. A empresa também trabalha com outras instituições na inclusão digital de deficientes visuais, como a Biblioteca Braille e o Instituto Benjamin Constant. "No ano que vem, vamos levar a experiência para outros lugares do Brasil", conta Patrícia Menezes, executiva de Programas de Responsabilidade Social da IBM.
Fabiana de Andrade, de 18 anos, usou o programa da IBM pela primeira vez ontem. Em casa, ela e sua irmã, Luciana, ambas deficientes visuais, têm outra solução de acesso no computador de casa. "Uso o computador todo dia, quase o tempo todo", conta Fabiana. "É uma fonte muito importante de informação." Ela está no terceiro ano do ensino médio, e pensa em prestar vestibular para Letras. Eduardo Nascimento, de 39 anos, usou o acesso na fundação pela segunda vez e planeja agendar algumas aulas.

http://txt.estado.com.br/editorias/2003/11/28/eco031.html

O Estado de S.Paulo

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