Granjeiro: mundo perde batalha contra a Aids |
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Publicado pelo site Folha Online 02/12/2003 |
O coordenador do programa de DST/Aids do Ministério da Saúde, Alexandre Grangeiro, disse nesta segunda-feira que o mundo está perdendo a batalha contra a AIDS.
Ele fez a afirmação durante o debate 20 Anos de Aids, Conquistas e Desafios, promovido nesta segunda-feira em São Paulo pela Agência de Notícias da Aids, Caixa Econômica Federal e Revista Capricho, com apoio da BBC Brasil.
Segundo Grangeiro, a luta contra a epidemia está sendo perdida não somente na África, continente que reúne o maior número de pessoas contaminadas, mas também na América Latina.
Grangeiro não exclui o Brasil da avaliação, apesar do sucesso do programa brasileiro de prevenção e tratamento da doença. "Só daria pra dizer que vencemos se não tivéssemos mais pessoas se contaminando", afirmou.
Perfil "brasileiro"
Apesar da estabilização na taxa de contaminação nos últimos anos, o Brasil tem 60 novos casos de HIV positivo por dia e 25 pessoas morrem todos os dias por causa da doença no país.
Grangeiro lembrou, no entanto, que o sucesso das campanhas de prevenção fez que com a previsão feita pelo Banco Mundial há alguns anos de que o Brasil teria 1,2 milhão de casos da doença não se confirmou e hoje o país tem 600 mil pessoas contaminadas com o HIV.
O coordenador do programa de DST/Aids do Ministério da Saúde disse ainda que o perfil da doença no Brasil, que hoje mata 50% menos do que há cinco anos, também mudou.
"A doença tem hoje a cara do Brasil: cresce mais nas regiões Norte e Nordeste e nas camadas mais pobres, e nove vezes mais entre as mulheres, que ainda têm dificuldade em exigir o uso do preservativo", afirmou.
O debate foi mediado pela diretora-executiva da Agência Nacional de Notícias da Aids, Roseli Tardelli, e teve a participação da médica infectologista Marinella Della Negra, do Hospital Emílio Ribas, da coordenadora de DST/Aids do Município de São Paulo, Maria Cristina Abbate, da psicóloga e educadora sexual Laura Miller, da Revista Capricho, e do presidente do Fórum de ONGs/AIDS de São Paulo, Eduardo Barbosa.
Laura Miller acha que a situação só vai mudar quando o sexo deixar de ser um assunto tabu e as pessoas começarem a tratá-lo como um coisa normal. "Como um adolescente vai considerar usar camisinha normal se em casa tem que esconder?", questionou.
Leia a matéria na íntegra em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u26576.shtml
Folha Online
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