Publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo 03/12/2003

O Brasil ainda é o "País dos Bacharéis". A pesquisa do IBGE revela que, dos 5,9 milhões de brasileiros que tinham diploma de curso superior em 2000, 689,6 mil (11,6%) são advogados. A seguir vem Administração, com 636,5 mil (10,7%).
Segundo a sócia-diretora da Career Center, empresa de planejamento e gestão de carreiras, Karen Parodi, o motivo dessa procura é o fato de ainda haver muita demanda no mercado de trabalho por advogados e administradores. Em Direito, por exemplo, tem ocorrido uma diversificação nos últimos anos, abrindo espaço para interessados em se especializar na área ambiental, em Direito internacional ou tributário.
Aluna da PUC de São Paulo, Thaís Abreu Azevedo Silva vai se formar advogada este ano. Trabalha na área desde o 2.º ano de faculdade e já fez estágios em três escritórios. "A maioria dos meus colegas também está trabalhando na área."
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a liderança entre os cursos está longe de ser motivo de comemoração. O número de advogados aumentou mais de 50% em dez anos, em virtude do boom das faculdades de Direito, fenômeno que nem sempre representa garantia de qualidade do ensino.
"A Ordem se bate não contra o ensino, mas contra a criação desenfreada de cursos sem qualidade, um estelionato educacional. O aluno faz sacrifícios, paga e, ao término do curso, recebe um diploma que não é útil para nada. Não consegue passar no exame de Ordem, não passa em concurso público. É bacharel em Direito e não pode exercer a profissão", diz o presidente do Conselho Federal da OAB, Rubens Approbato Machado. A média de reprovação no exame da OAB para recém-formados chega a 70%.

http://txt.estado.com.br/editorias/2003/12/03/ger025.html

O Estado de São Paulo

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