Educação, ciências e arte na SBPC |
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Artigo de Ennio Candotti no Jornal da Ciência 12/12/2003 |
É preocupante observar que, raramente, há registro dos velozes avanços da ciência nas páginas dos livros escolares, e que também estão ausentes dos currículos de formação dos professores
Na abertura da 54ª Reunião da SBPC, realizada em julho último em Recife, na UFPE, o ministro da educação, Cristovam Buarque convidou a SBPC a participar da mobilização nacional pela educação, ciência e cultura.
Atendemos prontamente ao convite, propondo a realização de dez encontros semelhantes ao de Recife, especialmente dedicados a professores do ensino fundamental e médio.
Em novembro, o primeiro deles foi realizado em Campina Grande (PB) e reuniu mais de 2.700 participantes.
Agora, é a vez de Fortaleza - que, com mais de 170 atividades, deve contar com a participação de cerca de três mil professores do ensino fundamental e médio e de estudantes universitários.
Os cursos, conferências e oficinas de trabalhos práticos, foram preparados por professores da Universidade Federal do Ceará e por convidados - mais de setenta - de outras Universidades do país.
Em fevereiro, o terceiro encontro será realizado novamente em Recife (PE), e, logo depois, estaremos em São Luiz (MA), Teresina (PI), Campinas (SP), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Belém (PA), RJ (RJ) e Macapá (AP). Outras cidades, sedes de regionais da SBPC, também se preparam. O convite - e desafio - de Cristovam ecoou, contagiou as Universidades federais.
O objetivo destes encontros é discutir temas de atualidade nas ciências, nas artes e nas letras. Pensar e reescrever os textos utilizados nas escolas, encontrar novos exemplos, sempre que possível explorando os laboratórios naturais e sociais das vizinhanças da escola (sem perder de vista os da cidade, do estado e do mundo...).
É curioso - e preocupante - observar que, raramente, encontramos registro dos velozes avanços da ciência nas páginas dos livros escolares. E, o que é mais grave, saber que estão ausentes dos currículos de formação dos professores.
Por outro lado, a educação fragmentada que prepara os nossos mestres, pouco contribui para explicar o mundo como um corpo multifacetado, um sistema complexo em que a simples soma das partes não corresponde ao todo do objeto estudado.
Repensar a escola é também questionar o que ensinamos e o que os alunos aprendem. As reuniões da SBPC desejam assim, ser um laboratório vivo, em que não apenas novos temas são discutidos, mas também onde é possível repensar os modos e as linguagens com que são ensinados.
Um laboratório onde a cultura possa encontrar as ciências. Em que o olhar e o fazer sejam educados e encontrem nos microscópios, nos números e nas letras os instrumentos para decifrar o mundo.
Recompor o que sabemos sem temer o que não sabemos, procurar na ciência, na poesia e nas artes, a inspiração e exemplos para educar a fantasia e a expressão dos nossos ovens, é a receita que nos conduz por essa caminhada, que se iniciou em Recife, há poucos meses, e agora chegou a Fortaleza e quer percorrer o Brasil.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=14876
Jornal da Ciência
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