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Unicef expõe desigualdades entre jovens


Publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo 12/12/2003

Uma professora universitária, com pós-graduação, que nasceu de mãe analfabeta é exceção na população brasileira. É o que se pode concluir do Relatório da Situação da Infância e Adolescência Brasileira, divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O documento mostra como a oportunidade ao longo da vida depende da escolaridade da mãe, do local onde nasceu, da cor da pele e da situação econômica da família.
De acordo com o relatório, um recém-nascido no Nordeste tem quatro vezes menos chances de completar o primeiro ano de vida em comparação com os bebês do Sul e Sudeste. Meninos e meninas negras têm duas vezes mais possibilidades de não freqüentar a escola do que os brancos. Uma criança pobre tem 68 vezes mais possibilidades de viver sem geladeira e freezer em casa do que um rico. Criança cuja mãe estudou no máximo por um ano tem 23 vezes mais possibilidades de chegar analfabeto à adolescência do que o filho de uma mulher com 11 anos de estudo.
O impacto da escolaridade da mãe sobre o futuro do filho vai além do desempenho escolar. Quem nasceu de um mulher que pouco estudou terá 16 vezes mais possibilidades de viver em casa sem água, sete vezes mais chances de ser pobre e quatro vezes mais possibilidades de começar a trabalhar ainda na infância do que aquele cuja mãe tem nível médio de escolaridade. "Ainda hoje, no Brasil, crianças e adolescentes têm seus direitos violados por suas etnias, sua situação econômica e social, sua situação de domicílio", adverte o Unicef.
A representante do Unicef no País, Reiko Niimi, afirma que "o Brasil precisa reconhecer sua dívida e seu compromisso com cada um desses meninos e meninas". Se não correr para promover a eqüidade entre brancos e negros, pobres e ricos, moradores em áreas urbana e rural e filhos de mulheres com diferentes graus de instrução, o Brasil não conseguirá cumprir as Metas do Milênio para chegar a 2015 com padrão mínimo de desenvolvimento.
O Unicef também divulgou relatório sobre a Situação Mundial da Infância, em que o Brasil aparece na 93.ª colocação numa lista de 195 países. Quanto mais próximo da primeira colocação, pior é a situação do país em relação à taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos. Em comparação ao ano passado, o Brasil melhorou uma posição. Está à frente da China, África do Sul e Índia.
O relatório enfatiza que as meninas têm mais problemas de acesso à escola, principalmente por razões culturais e econômicas. Mas no Brasil essa situação se inverte. Há muito mais meninos abandonando a escola quando atingem 10 anos do que meninas. As brasileiras têm mais instrução do que os brasileiros. Entretanto, estranha Reiko, elas ganham menos do que os homens. "É preciso discutir a qualidade das lições aprendidas na escola", diz ela.

http://txt.estado.com.br/editorias/2003/12/12/ger022.html

O Estado de São Paulo

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