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Trabalho ou descaso? A vida fora das escolas


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 12/11/2003

Três adolescentes e a mesma história: abandonaram a escola precocemente. A.S., de 15 anos, S.L., de 16, e J.S., de 12, ainda deveriam freqüentar as salas de aula. Mas há uma diferença entre os três meninos.
Enquanto A.S. parou de estudar porque precisava trabalhar para se sustentar, os outros dois, que vivem na rua, justificam a vida fora da escola com uma frase. "Não gosto de estudar."
A.S. cursou até a 4.ª série do ensino fundamental. Ele tinha 14 anos quando saiu da escola para começar a trabalhar. Na época, sua mãe voltou para a terra natal, Caruaru (PE). O garoto ficou em São Paulo e passou a morar com a avó. "Comecei a trabalhar com reciclagem, catando latinhas. Hoje, também faço carreto", diz o jovem, apontando para o carrinho de madeira que usa para transportar objetos de um lado para outro pelas ruas do centro da capital paulista.
Com renda mensal de cerca de R$ 100,00, A.S. revela que tem de "se virar" para conseguir pagar a pensão onde mora e ainda se alimentar. "Como divido o quarto com outra pessoa, pago R$ 50,00. Não é fácil viver com o que sobra, mas a gente tem de dar um jeito." Se pudesse, voltaria a estudar. "Mas com o trabalho não dá. Poderia até estudar à noite, mesmo assim é muito difícil."
Sem estímulo - S.L. conseguiu avançar uma série a mais do que A.S. Estudava na rede pública. "Parei porque os professores eram chatos", diz o menino. Na sala de aula, não se sentia nem um pouco motivado para continuar os estudos. Já aos 12 anos, começou a trabalhar em uma oficina mecânica. "Fiquei lá até os 15."
Há três meses, ele saiu da casa dos pais para viver na rua. "Queria curtir a vida." Para sobreviver, o menino depende de esmolas dos que passam pela Praça da Sé, o que rende de R$ 5,00 a R$ 10,00. Por causa das dificuldades da vida na rua, S.L. já tem um novo desejo. Ele promete que retornará para casa no Natal. "Volto para ficar."
Também vivendo na rua, J.S. freqüentou a escola até a 4.ª série. "Não gostava", afirma, sem saber descrever bem o que o incomodava tanto na escola. A cada pergunta, o garoto se esquiva. Olha desconfiado para um lado e para outro. De repente, vai embora, pressionado por um homem na faixa dos 30 anos que se aproxima e, com um olhar, dá o sinal de que o menino está falando demais sobre sua vida.

http://txt.estado.com.br/editorias/2003/12/12/ger016.html

O Estado de São Paulo

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