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Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
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A criança precisa confiar na escola


Artigo de Luciene Correia no site Aprendiz 15/12/2003

“A escola é como uma outra casa para as crianças”, “A
professora é a segunda mãe”. Diversas vezes essas frases são
ditas para expressar a importância que o ambiente escolar tem
na vida da criança.

É o lugar onde as informações são fundamentais para o
processo de aprendizagem. Letras, números e palavras fazem
parte do dia-a-dia de milhares de alunos nas instituições por
todo o país.

No entanto, a escola também é responsável por aprimorar a
formação do indivíduo. Cabe à ‘segunda mãe’ não só ‘cumprir o
conteúdo do bimestre’’ – prioridade estabelecida pela
instituição de ensino - mas ficar atenta ao comportamento de
cada um de seus alunos e estar pronta para orientar,
incentivar e ajudá-los a manter e promover o bem-estar das
crianças.

Poucos são os profissionais da educação que exercem a
responsabilidade de ‘segunda mãe’. Tanto na rede pública, nas
escolas municipais ou estaduais quanto nas particulares, a
principal preocupação é chegar ao final do ano tendo cumprido
todo o plano do curso.

Muitas vezes, a sala tem mais de trinta crianças e não é
possível conhecer a história de cada aluno. Em vários anos a
professora chega em novembro sem nem saber o nome de todas as
crianças da sala. Isso é real, mas não o ideal.

É de fundamental importância que o educador conheça seus
alunos. Sendo assim, qualquer problema pode ser facilmente
diagnosticado simplesmente por observar algo de estranho no
comportamento da criança. Por isso, é mais provável que um
caso de violência doméstica seja constatado em crianças do
ensino básico. O professor logo percebe se o aluno está
machucado ou apenas diferente do dia anterior.

Todos os profissionais da educação devem ser orientados para
que em caso de suspeita de maus-tratos, a coordenação da
escola seja avisada e os pais convocados para uma conversa
informal sobre possíveis conflitos em casa. Esse contato deve
ser sigiloso e com muito cuidado. Ninguém quer que a criança
seja vítima de novo, quando chegar em casa. É uma situação
muito complicada, mas o que é melhor? Fingir que não percebeu
que um de seus alunos está machucado (física e/ou
psicologicamente) ou tentar mudar a história daquele pequeno
ser?

Na maioria das ocasiões, encaminha-se para tratamento com o
psicopedagogo da escola. Essa possibilidade só existe em
algumas escolas particulares. Nas escolas públicas, é
necessário acionar o serviço de saúde do município e aguardar
para avaliação e agendamento. É imprescindível o tato ao
lidar com essa questão. Pode ser uma ocasião não corriqueira.
Talvez até torturas diárias.E não estou falando só de
espancamentos que deixam marcas físicas, Falo também de
palmadas, tapas, chineladas, pequenas ou grandes surras...
Tudo o que provoca dor é violência. A criança não deve ser
educada com dor, mas sim com amor e paciência. Se o educador
não faz nada para defender os pequenos, ele é cúmplice dessa
violência.

O que os professores dizem sobre isso? Lamentável, mas a
grande maioria diz não ter a ver com isso, ‘é assunto de
família’, outros dizem que ‘se apanhou, deve ter merecido’,
outros ainda que ‘sou professora e não assistente social.

Essas respostas ouvi das próprias professoras numa pesquisa
feita na região metropolitana de São Paulo, no ano passado.
Também ouvi reclamações sobre a resistência à notificação de
algumas diretoras de escolas particulares. Elas temem que o
contato com os pais faça-os tirar os filhos daquela escola.
Nesse caso, o dinheiro da mensalidade é mais importante!
Pude constatar ainda que alguns educadores se recusam a
notificar por conta da ineficiência e ausência de programas
de apoio à família no município. Na verdade, os professores
dizem que fazer a notificação é procurar encrenca. Eles têm
muito medo de represálias. Nunca se sabe o que tem por traz
daquela violência. Por ser qualquer coisa.

A notificação, segundo o R.A E. – Roteiro Administrativo da
Educação, é obrigatória quando maus-tratos envolvem crianças
e adolescentes.

http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/coluna_livre/index.htm

Site Aprendiz

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