Educar com os olhos no futuro |
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Artigo de Luiz Gonzaga Bertelli no jornal Folha de S.Paulo 16/12/2003 |
De 1998 a 2002, o Brasil mais que dobrou o número de cursos de graduação, numa expansão que bateu em exatos 107%. Quem se der ao trabalho de se debruçar sobre os números brutos e fizer algumas poucas contas chegará à média de quatro novos cursos abertos por dia no período.
Deixando de lado outras considerações, foi um salto espetacular, partindo de 6.950 cursos em 1988 e totalizando 14.399 até outubro de 2002, data-limite da coleta de dados para o último Censo de Educação Superior, que abrangeu 1.637 instituições. Comparando as matrículas, constata-se que em 2002 os cursos de graduação abrigavam quase 3,5 milhões de alunos, cerca de 450 mil acima do alunato de 2001.
Como explicar esse boom num país que convive há décadas com o problema crônico de investimentos em educação, que encontra sua melhor tradução na crescente relação candidatos/vaga nos vestibulares? Não vem ao caso aqui discutir as razões alegadas para tal situação -há quem diga que o governo canaliza pouca verba para o ensino e há quem diga que o dinheiro é suficiente, só que é mal gerido. O fato inegável é que a oferta de vagas sempre ficou muito aquém da demanda.
A expansão dos cursos superiores nesses cinco anos deveu-se principalmente às instituições particulares, que agora contam com 63,5% dos cursos (um aumento de 3.980 para 9.147) e 70% das matrículas. Para dimensionar o ritmo, basta cotejar o aumento do número de alunos nas redes pública e privada: 31% e 84%, respectivamente.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1612200309.htm
Folha de São Paulo
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