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A nova cara da Aids


Publicado pelo site No Mínimo 16/12/2003

Realidade, propaganda ou ficção, quase todos nós guardamos uma lembrança aterradora da cara da Aids anterior à era dos coquetéis anti-HIV: Cazuza no Brasil, outdoors da Bennetton ao redor do mundo, Tom Hanks na pele do advogado Andrew Beckett no filme “Filadélfia”. A partir de 1996, o uso das múltiplas combinações de drogas para combater o HIV comutou a sentença fatal nos países desenvolvidos e no Brasil. Os chamados anti-retrovirais reduziram de maneira drástica a mortalidade e devolveram a qualidade de vida a milhares de soropositivos. A Aids é hoje uma doença crônica nessas regiões. Porém, mais e mais, um lado negativo e a princípio desconhecido dos coquetéis vem se manifestando em muitos soropositivos. O nome é lipodistrofia – uma série de deformações anatômicas que, nos casos mais graves, pode levar o paciente a desistir do tratamento numa tentativa desesperada de recuperar a auto-estima.

Besteira? Frescura? Nem uma coisa nem outra, pois a deformidade é sempre dramática, por vezes até trágica. Certos médicos fingem não ver. Outros minimizam: “É assim mesmo; o importante é ter carga viral indetectável e estar vivo”. A infectologista Rosana Del Bianco, do Centro de Referência de DST/Aids paulista, pensa de modo diferente. “A qualidade de vida também é fundamental. Se não olharmos com mais atenção a questão estética, há risco de os pacientes abandonarem o tratamento”, teme a médica, há quase 20 anos lidando com Aids. Isso, aliás, é o que alguns HIV-positivos estão fazendo por conta própria; outros diminuíram as doses dos remédios. Por isso, Celso Ferreira Ramos Filho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, adverte: “A lipodistrofia pode comprometer a adesão aos ‘coquetéis’ e, assim, colocar em xeque o futuro da terapia anti-retroviral”.

Em países desenvolvidos, a lipodistrofia atinge cerca de 30% dos HIV-positivos que tomam os coquetéis. Além disso, 15% têm aumento no sangue de gorduras (triglicérides e colesterol) e de açúcar (diabetes). No Brasil, não se sabe o tamanho do problema. Em breve, um estudo com 1.700 pacientes de São Paulo e do Rio de Janeiro pretende dimensioná-lo.

Cuidados daqui para a frente

Preenchimento facial, lipoaspiração, atividade física regular e dieta saudável são as principais recomendações para enfrentar o problema. Em bom português: investir na aparência é, por enquanto, a saída para minimizar os estragos da lipodistrofia em quem já apresenta as alterações.

Por que não mexer no coquetel? A substituição de anti-retrovirais é uma estratégia à qual se pode recorrer em certos casos. O problema é que as opções são reduzidas e às vezes prejudicam o tratamento. “Cada caso é rigorosamente um caso, a eventual troca depende do quadro de cada paciente”, frisa Olavo Munhoz. Ele lembra que a pior complicação ainda é o próprio HIV e soropositivos que abandonaram os coquetéis estão tendo infecções oportunistas e câncer.

Existem no Brasil cerca de 600 mil pessoas infectadas pelo HIV, das quais 120 mil tomam os “coquetéis”. Alguns milhares começarão nos próximos meses. “De agora em diante, é indispensável considerar o risco da lipodistrofia desde a primeira prescrição para, ao menos, reduzi-lo”, ressalta Celso Ramos. Isso significa:

- Evitar, se possível, o d4T. Aparentemente, o 3TC, o AZT e o tenofovir causam menos lipodistrofia corporal. Nos soropositivos que já apresentam alterações de gorduras sangüíneas, o uso dos inibidores da protease exige muito mais cautela.

- Iniciar os “coquetéis” o mais tardiamente possível. Desde que o indivíduo não tenha sintomas da Aids, o médico deve esperar que a contagem total de linfócitos CD4 (células de defesa) esteja abaixo de 350 e próxima de 200. Até 1999, a recomendação do Ministério da Saúde era começar o tratamento quando a contagem de CD4 fosse igual ou menor que 500.

- Exercitar-se é importante desde o instante em que se inicia o uso do coquetel. Os exercícios devem fazer parte do cotidiano tanto quanto tomar os remédios corretamente.

“Tentar a todo

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