Mortes violentas de jovens crescem 51% em SP |
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Publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 18/12/2003 |
A morte violenta de jovens na faixa de 15 a 24 anos no estado de São Paulo cresceu 51% entre 1991 e 2002. No mesmo período, o número de mortes para essa mesma faixa etária cresceu apenas 8,5%. O dado de São Paulo ilustra bem uma das constatações da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2002, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, a morte provocada por assassinatos, acidentes de trânsito ou suicídios aumentou de maneira generalizada em todo o país nos últimos 11 anos.
Para o coordenador geral da pesquisa, Tadeu Oliveira, a morte de jovens no país já se tornou uma epidemia. “São óbitos plenamente evitáveis de pessoas que se encontram no auge de sua força de trabalho”, disse. Em São Paulo, no início da década de 90, as mortes violentas representavam cerca de 11,2% do total e, em 2002, esse índice chegou a 13,46%, ocupando o 10º lugar no país.
São Paulo também alcançou em 2002 a 3ª colocação do país em mortes violentas de homens jovens entre 15 e 24 anos. Em 2002, tal taxa de mortalidade para essa faixa etária foi de 233,95 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O estado ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (taxa de 270,31) e do Amapá (244,06).
Mulheres
Entre as mulheres na mesma faixa etária, a taxa de mortalidade em 2002 foi de 23,43, colocando São Paulo no sétimo lugar do ranking nacional. No entanto, o levantamento constatou que a violência também aumenta de forma intensa para mulheres jovens: representavam 28,2% do total de mortes de mulheres nessa faixa etária em 1990 e, em 2002, a porcentagem havia subido para 34,1% — um aumento de 21%.
Os jovens morrem de forma violenta porque se expõem com maior freqüência a situações de risco, segundo o coronel José Vicente Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública. “Ser jovem é estar em um grupo de risco”, disse. Eles são tanto vítimas como protagonistas da violência. Caso recente foi o assassinato dos namorados Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Silva Caffé, de 19, quando acampavam na região de Embu-Guaçu, Grande São Paulo. Eles foram mortos por um rapaz de 16 anos.
Segundo Silva Filho, as mulheres começaram a sofrer com mortes violentas ao assumir papéis tradicionalmente de homens, como dirigir em alta velocidade, ir sozinhas para festas ou locais perigosos e usar bebidas alcoólicas.
http://www.diariosp.com.br/saopaulo/default.asp?editoria=16&id=288155
Diário de São Paulo
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