Publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 18/12/2003

As mulheres do país estão se tornando mães cada vez mais cedo. Segundo o levantamento Estatísticas do Registro Civil 2002 para o Brasil, a proporção de crianças nascidas de mães com menos de 20 anos cresceu de 16,38% em 1991 para 20,75% em 2002, com aumento maior em 2000, quando chegou a atingir 21,34% dos nascimentos. No estado de São Paulo, entre 1998 e 2002, esse índice caiu 21,4%, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
“São Paulo está na contramão do Brasil”, afirmou a médica Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente do estado. Segundo o IBGE, 18,15% dos nascimentos de São Paulo são de mães com menos de 20 anos. O índice é o segundo menor do país. Na cidade de São Paulo, segundo a Prefeitura, o índice também caiu de 16,7% em 2000 para 16% em 2002.
Albertina destacou que hoje não é mais a falta de informação sobre métodos anticoncepcionais que faz a adolescente engravidar. Ela disse que o fato de a relação sexual fazer parte do namoro muito cedo é um dos problemas. “Às vezes, a relação começa com menos de um mês de namoro. A menina não tem tempo de tomar a pílula e nem intimidade para exigir a camisinha”, explicou.
Para a adolescente, a gravidez é uma revolução. “Eu queria um nenê. Mas a realidade é outra e a responsabilidade é muito grande”, contou a caixa Isla Maria da Silva, que engravidou da filha, Vitória, aos 18 anos. Hoje com 20 e às vésperas de ter a segunda criança, Isla afirma que foi obrigada a abandonar várias etapas da adolescência. “Você acaba crescendo antes do tempo”, disse.
Já a proporção de crianças com menos de um ano que morrem tem diminuído. Em 1990, elas eram 11,28% dos óbitos do país contra 5,18% em 2002. Em São Paulo a taxa de mortalidade infantil foi de 15,04 crianças (por mil nascidas vivas) contra 31,43 em 1990 e 18 em 2000.

http://www.diariosp.com.br/SaoPaulo/default.asp?Editoria=16&id=288155&Retranca=288156

Diário de São Paulo

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