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Racismo prejudica desempenho cognitivo


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 30/12/2003

Uma pessoa racista tendo de interagir com uma de outra "raça" (cor ou outras diferenças físicas) não se sente apenas pouco à vontade. Seu rendimento cerebral também fica temporariamente afetado, diminuindo a capacidade de realizar determinadas atividades, segundo mostra pesquisa publicada neste mês pela revista científica "Nature Neuroscience" (www.nature.com/neuro).

O estudo procurava testar se brancos com algum grau de preconceito inconsciente contra negros tentavam controlar seus pensamentos e palavras para não parecerem preconceituosos.

Esse chamado "controle cognitivo", ou "controle executivo", é uma maneira de o indivíduo monitorar as informações que passam pelo cérebro.

Segundo os cientistas, tal controle não é um recurso ilimitado. Usá-lo
para determinada função pode afetar a realização de outra tarefa.

O experimentos foram feitos nos EUA por Jennifer A. Richeson, do Dartmouth College, J. Nicole Shelton, da Universidade Princeton, e mais cinco colegas. Shelton e Richeson já haviam publicado parte dos experimentos em maio, na revista "Psychological Science" (www.psychologicalscience.org/journals/ps).

A primeira fase dos experimentos envolveu medir o grau de preconceito racial de 15 universitários brancos (oito mulheres) por meio de um teste conhecido como IAT --sigla em inglês para "teste de associação implícita".

O IAT consiste em fazer associações rápidas entre categorias e avaliá-las. Por exemplo: "beleza" é positivo, "sujeira" é negativo; ou "Lakisha" é um nome negro, "Greg" é um nome branco.

Os participantes têm dois botões à disposição. Na primeira vez, o mesmo botão serve para "positivo" e "branco" e o outro para "negativo" e "negro". Na segunda bateria de testes, os pares são trocados, com o mesmo botão servindo para positivo/negro e negativo/branco. Os pesquisadores medem então a diferença no tempo de reação entre as duas baterias de testes.

Os resultados do IAT refletem a facilidade do indivíduo em fazer as associações e, dizem os autores, "não devem ser interpretados como uma estimativa perfeita das atitudes raciais individuais".

Em seguida os participantes vão a outra sala e ficam cinco minutos "interagindo" com um negro, para quem eles têm de fazer comentários sobre dois temas. O passo final é fazer um teste cognitivo com os experimentadores iniciais, o chamado teste de Stroop, no qual a pessoa tem de indicar qual é a cor em que uma palavra está impressa.

Se a palavra for "vermelho", mas estiver escrita em verde, a tendência natural é ler o que está escrito. A pessoa precisa pôr de lado essa reação inicial, e dar a resposta correta, "verde".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10819.shtml

Folha de S.Paulo

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