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A boemia paulistana de Vanzolini


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 07/01/2004

O primeiro passeio de bicicleta é difícil de esquecer. Ainda mais quando se tinha pelo caminho uma avenida de paralelepípedos, muito mato, várzeas e um rio piscoso. Os carros não avançavam sobre os pedestres. Aliás, era raro ver veículos por aqueles lados. As poucas casas da região eram baixas, nada parecidas com os prédios altos que iam sendo erguidos no centro. Paulo não se esqueceu. E com detalhes lembra do destino final dessa aventura, nos anos 1930: ver as cobras do Instituto Butantã. Sem saber, o garoto de 10 anos tinha trilhado o rumo de sua vida. Virou cientista, mas muitos só se lembram dele, Paulo Vanzolini, por sua outra faceta, a de compositor musical.
Em quase oito décadas, Vanzolini testemunhou as transformações de São Paulo.
Daquele e de outros passeios, na época em que um dos extremos da cidade era a Rua Iguatemi, que hoje se chama Faria Lima, ele guarda muitas recordações.
Dali até o Rio Pinheiros era uma várzea só. Naquelas águas límpidas, anos antes e como outros paulistanos, aprendeu a nadar. O Clube Germânia, atual Pinheiros, tinha piscinas naturais: um gradeado de madeira dentro do rio.
Divertia-se ainda com as partidas de futebol na várzea. "Jogava no campo do Ítalo-Lusitano. Era um alfo esquerdo (lateral esquerdo)." O clube, na 2.ª Guerra, mudou de nome. Virou Ídolo-Lusitano.
Da adolescência, Vanzolini diz se lembrar do clarão que via na direção da Avenida Paulista. "Era o céu vermelho de quando queimavam o café que não era exportado." Na Revolução de 32, na sua casa só se falava mal de Getúlio Vargas. "Era um antipaulista, um cara horroroso." Nos estudos, trocou o Colégio Rio Branco pelo Ginásio do Estado, este "mil vezes melhor que qualquer escola particular". Idos tempos.
Foi na época do Ginásio do Estado que começou sua vida adulta. Os jovens estudantes só queriam saber de jogar sinuca no Edifício Martinelli, beber "samba em Berlim" (guaraná com cachaça) e ver os prostíbulos, que ficavam entre as Ruas Vitória e Aurora. "Era zona livre, meretrício de portas abertas", diverte-se. Já então recitava monólogos e acompanhava as caravanas artísticas estudantis. Aos 21 anos, ingressou no Exército. Entrou soldado e saiu cabo. Naquele tempo, militar patrulhava as ruas do centro. Duas vezes por semana, Vanzolini percorria as modernas Avenidas Ipiranga e São João com um revólver calibre 45 na cintura. Dali surgiu a inspiração para compor Ronda, um de seus maiores sucessos e símbolo da boemia paulistana.
Veja a íntegra em:

http://txt.estado.com.br/editorias/2004/01/08/cid028.html

O Estado de São Paulo

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