Zona Oeste: Butantã era trilha de bandeirantes |
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Especial publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 23/01/2004 |
As primeiras notícias do Butantã, bairro da Zona Oeste, datam de 1560. Era o caminho que os bandeirantes cruzavam para chegar ao Forte Emboaçava, erguido às margens do Rio Tietê. Já em 1750 o português Afonso Sardinha doou suas terras aos jesuítas. Em 1889, após a expulsão dos jesuítas, tornou-se a Fazenda Butantan, propriedade privada. Em tupi significa terra dura ou socada.
Mas foi a partir da necessidade de se combater a peste bubônica, detectada no Porto de Santos em 1898, que o bairro começou a se desenvover. Na ocasião, a Secretaria de Saúde comprou a propriedade e a transformou em centro de pesquisa e desenvolvimento do soro para combater a epidemia. À frente do trabalho científico estava o médico mineiro Vital Brazil, que antes clinicava na área rural de Botucatu. Ele aproveitou a casa da fazenda, a estrebaria e a cocheira para instalar o centro de pesquisa, que mantém até hoje entre os mais avançados do mundo.
Vencida a batalha contra a peste bubônica, Vital Brazil passou a se dedicar aos problemas detectados na área rural e enfatizou o atendimento a pacientes picados por cobras, aranhas e escorpiões.
Em 1901, o então laboratório do Instituto Bacteriológico, hoje conhecido como Instituto Adolpho Lutz, ganhou autonomia. Antes de virar Butantan, foi batizado inicialmente de Instituto Serumtherapico e passou a fornecer soros antipestosos e antipeçonhentos.
Mas não é só isso que marca o Butantã. O bairro apresenta rico acervo cultural, como as Casas do Sertanista, do Bandeirante, da Fazenda do Morumbi e o Palácio dos Bandeirantes.
O processo de ocupação do bairro começou com chácaras em 1900. Estes locais abasteciam a população da área central da Capital, com frutas, legumes.
Autora do livro Butantã e sua Veredas, publicado em 1999, Maria José Querido lembra que o desenvolvimento da região ocorreu devagar e de forma descentralizada. “Por muito tempo, o bairro foi associado apenas a caminho de entrada e saída da cidade”. Moradora da região há 47 anos, Querido recorda o quanto era difícil atravessar o Rio Pinheiros. “Não tinha condução direta para o Largo de Pinheiros, os ônibus quebravam. Era uma luta.”
http://www.diariosp.com.br/SaoPaulo/default.asp?Editoria=16&id=292191&Retranca=292194
Diário de São Paulo
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