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Brasileiros têm infarto mais cedo


Publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 27/01/2004

Os brasileiros sofrem um infarto três anos antes de americanos e europeus. Enquanto a média de idade do primeiro ataque cardíaco nesses países é de 66 anos, aqui não ultrapassa 63. A conclusão está no Registro Global de Eventos Coronários Agudos, conhecido como estudo Grace. A pesquisa, que acompanha 35 mil pacientes com doenças coronárias em 14 países há cinco anos, também revelou que o infarto acontece cada vez mais cedo. Está passando da sexta ou quinta década de vida para os 40 anos.
Os motivos que levam os brasileiros a ter um infarto ou angina (dor no peito, sintoma de ataque cardíaco) mais cedo estão ligados ao fato de que os principais fatores de risco associados aos problemas cardiovasculares não são corrigidos a tempo de evitar o problema. “Falta esclarecimento”, admite o cardiologista Álvaro Avezum, coordenador nacional do Estudo Grace, que analisou 3.500 pacientes em todo o país.
Segundo ele, o paciente demora para perceber sintomas típicos do infarto como dor no peito, náuseas e dores abdominais. “As pessoas demoram para valorizar esse tipo de sintoma e não procuram os hospitais. Muitas vezes, chegam tarde”, afirma o especialista.
Médicos
Se demora para perceber os sintomas e riscos do infarto, o paciente também sofre com a falta de conhecimento dos próprios médicos. O estudo Grace demonstrou que o médico brasileiro não faz ou demora para optar por exames que poderiam salvar vidas.
De acordo com a pesquisa, 33% dos pacientes que chegam aos hospitais com sinais de ataque cardíaco, não têm o tratamento adequado. São pessoas que deveriam receber os fibrinolíticos, medicamentos usados para dissolver os coágulos que causam o ataque, ou seguir para a angioplastia, procedimento que também desobstrui as artérias entupidas.
Para se ter uma idéia, até 20% dos paciente sobreviveriam com a utilização desse tipo de procedimento. A angioplastia tem outra vantagem: além de reduzir a mortalidade também diminui as chances de um novo infarto no futuro. “O fato é que os médicos não fazem os procedimentos por desconhecimento, mesmo com as drogas disponíveis no Sistema Único de Saúde”, afirma o cardiologista Dario Ferreira, vice-presidente do Conselho Nacional de Ressuscitação. Segundo ele, o grande número de mortes se deve tanto ao comportamento do paciente, que insiste em negar os sintomas do infarto, e aos médicos de emergência.
O resultado de tanto desconhecimento, seja da população ou do próprio médico, é verificado nos números. No Brasil, de cada 10 pacientes que sofrem um ataque cardíaco, três morrem a caminho do pronto-socorro, um morre no hospital e outro não resiste ao primeiro ano após o infarto. “O estudo Grace revelou que realmente existe uma diferença entre o que se sabe e o que se pratica”, diz Avezum. “Mas percebemos que esse tipo de problema também acontece nos outros países”, afirma.

http://www.diariosp.com.br/saude/default.asp?editoria=45&id=292774

Diário de São Paulo

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