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Mania das dietas já atinge as crianças


Publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 30/01/2004

Foi-se o tempo em que dieta era coisa de adulto. É cada vez mais comum encontrar crianças de cinco, sete, dez anos de idade aderindo a duros e famosos regimes em busca da perda de peso. Elas não só controlam sozinhas a quantidade de calorias presentes em cada alimento como sabem diferenciar proteínas de gorduras, por exemplo. Termos como carboidratos e colesterol também fazem parte do vocabulário de meninos e meninas que ainda nem tiveram as primeiras aulas sérias de biologia.
Esse comportamento tem motivo. A obesidade infantil cresce a passos largos. Só no Brasil, 10% das crianças são obesas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma criança gorda tem até 70% de chances de se tornar um adulto com o mesmo problema. E as preocupações das crianças com o peso são as mesmas que dos adultos. “Elas são discriminadas na escola e querem perder peso por motivos estéticos”, afirma a endocrinologista Zuleika Halpern, secretária geral da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso).
Se por um lado esse comportamento é importante do ponto de vista médico, por outro deve ser controlado com rigor. Afinal, a neurose pela perda de peso também pode atingir as crianças no futuro. “Elas podem se tornar candidatas a um distúrbio alimentar”, explica Zuleika. Nessa categoria entram problemas como a bulimia e anorexia nervosa. “Por isso, é preciso analisar o perfil da família antes de decidir pela melhor dieta”, completa a especialista.
Pontos
Acostumadas com as dietas, algumas crianças falam com propriedade sobre o assunto. A estudante Mariana de Melo Basso, de 11 anos, por exemplo, aderiu no ano passado a uma dieta em que os alimentos valem pontos. Antes de decidir o que vai almoçar, Mariana marca num caderninho tudo que pode ou não comer naquele dia. “Se saio da dieta, no dia seguinte já compenso os pontos a mais”, afirma a menina, que perdeu seis quilos com o programa. “Antes não entrava na roupa. Se depender de mim, continuo controlando para sempre”, completa.
O garoto Pablo Galletti, de 10 anos, também é capaz de dar uma aula sobre o tema. “Antes não fazia exercícios e ficava muito tempo na frente da televisão ou no videogame”, conta Pablo, que perdeu três quilos. “Aprendi com a nutricionista que tenho de comer mais vezes por dia e porções menores para manter o ritmo do meu metabolismo e não engordar”, explica.
Para a fisiologista Vera Lúcia Perino Barbosa, do Movere - Núcleo de Atividades Esportivas, centro que trabalha no atendimento a crianças que querem perder peso, a infância é aliada na luta contra a obesidade. Nessa fase, só manter o peso já ajuda a emagrecer porque a criança conta com o crescimento a seu favor. “Se elas entendem os alimentos aderem ao regime”, completa. A endocrinologista Siomara Helena Tauil também lembra que a adesão dos pais é indispensável ao tratamento. “Se a família não colabora, a criança dificilmente perde peso.”
O endocrinologista Luís Eduardo Calliari, do Hospital e Maternidade São Luiz, diz que a dieta ainda é a melhor forma de as crianças emagrecerem. “Não há remédios para a obesidade infantil. Mas os pais podem colaborar levando os filhos ao parque em vez do shopping”, conclui.

http://www.diariosp.com.br/saude/default.asp?Editoria=45&id=292941

Diário de São Paulo

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