Associações ganham espaço nos colégios |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 30/01/2004 |
Em maio de 2003, quando teve início o programa de instalação de grêmios estudantis da Coordenadoria de Educação da Mooca, apenas uma das 12 escolas sob sua jurisdição possuía a associação de alunos. Agora, 11 instituições apresentam iniciativas, algumas com grêmios mais organizados que as outras.
A única que ainda não organizou a agremiação é uma escola municipal de educação especial (Emee), que atende alunos surdos-mudos, mas o assunto já começou a ser discutido entre eles.
Regularmente, os alunos gremistas participam de oficinas com estudantes de outras escolas, em que aprendem o funcionamento do grêmio e podem trocar experiências. "O objetivo é quebrar o isolamento da escola, juntando as que têm as mesmas dificuldades", diz a coordenadora de programas especiais da Coordenadoria de Educação da Mooca, Sônia Gorete de Oliveira.
A oportunidade permite que os alunos façam novas amizades e conheçam realidades diferentes. "O legal é que eles não pensam do mesmo jeito que a gente", diz o estudante Bruno Augusto Moraes de Araújo, de 14 anos, da Emef Jackson de Figueiredo. "E nós conseguimos dar valor para as idéias deles."
Um professor, que também participa de oficinas, fica responsável por orientar o grêmio, servindo de apoio e promovendo a autonomia dos alunos.
"Eles estão preparados para exercer a função de cidadão", comemora a professora de ciências Roseli Alves da Veiga, orientadora do grupo da Jackson de Figueiredo. "Você sabe que o futuro vai ser de envolvimento, de participação", diz. A coordenadora pedagógica, Marilena Corrêa da Silva, também elogia a postura. "Eles passaram a ter um novo olhar sobre a escola."
Sônia também observa esta mudança de comportamento dos estudantes em relação à instituição de ensino, de maneira geral, em outras escolas em que o projeto foi colocado em prática. "Em alguns grêmios, os alunos querem discutir a verba do colégio. Eles acham que deveriam ter 5% dela."
Resistência - Mas, ao contrário do que acontece na Emef Jackson Figueiredo, o aumento da participação dos alunos na discussão da vida escolar causou uma certa resistência de professores e da direção de algumas das instituições envolvidas. "Ainda tem aquela concepção de que o aluno está perdendo aula", lamenta Sônia.
http://txt.estado.com.br/suplementos/seub-leste/2004/01/30/seub-leste007.html
O Estado de São Paulo
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