Publicado pela Revista Aprender 05/02/2004

O número de pessoas com baixa renda nos cursos superiores do Brasil aumentou no ano de 2003. A informação é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) – órgão ligado ao Ministério da Educação –, que realizou no último Provão um questionário com o objetivo de avaliar o perfil socioeconômico das pessoas formadas pelas 1.637 instituições nacionais de Ensino Superior.

De acordo com o estudo, a participação dos graduandos que possuem renda familiar até três salários mínimos (R$ 720) passou, entre os anos de 2000 e 2003, de 7,1% para 12,9%. Além disso, a participação dos alunos com renda entre três e dez salários mínimos (R$ 2.400) cresceu de 32,9% para 41,7% no período.

Em contrapartida, o índice de estudantes cujas famílias possuem renda acima de R$ 2.400 caiu 6,4% nos cursos de graduação. Na faixa de renda mais alta, acima de 20 salários mínimos (R$ 4.800), a redução foi de 8,8%.

As instituições públicas registraram um crescimento de 8,5 pontos percentuais – de 11,5% para 20% – na participação dos alunos com renda inferior ou igual a R$ 720. No caso das particulares, houve um crescimento de 10,7% na faixa de renda entre três e dez salários mínimos, que passou de 30,8% para 41,5%.

"O resultado do estudo fortalece a idéia de que o ensino público gratuito ainda é a melhor maneira de garantir o acesso à faculdade dos estudantes brasileiros menos favorecidos", disse Gustavo Balduíno, secretário-executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Adifes).

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