Publicado pelo site Aprendiz 05/02/2004

Com intuito de melhorar a auto-estima da comunidade Fortunato Rocha Lima, localizada na periferia de Bauru, SP, a entidade Amor e Caridade, em parceria com professores da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) criaram o jornal "Jardim da Paz". A publicação traz trabalhos realizados por crianças e adolescentes da comunidade local.

"As crianças se tornaram mas participativas na escola e também na comunidade. Além disso, agora estão lendo mais", disse Marisa Meire, professora de Psicologia Escolar da Unesp. "O jornal ajuda a combater o preconceito que as pessoas da comunidade sofrem por morar na periferia, aumentando a auto-estima de cada um. Além disso, os moradores sentem orgulho das crianças e dos jovens da comunidade", afirma.

O jornal expõe trabalhos como desenhos, poesias, jogos e contos que as crianças da comunidade, participantes ou não do projeto, enviam para o jornal. "Com este trabalho os participantes perceberam que eles tem seu valor e são capazes de produzir coisas maravilhosos", diz a professora.

A entidade surgiu há 10 anos quando ocorreu o desfavelamento da cidade, que deu origem ao Núcleo Habitacional Fortunato Lima. O jornal foi criado em 2003, quando a entidade encaminhou uma proposta para Unesp, relatando as condições de extrema carência do bairro.

Depois desta solicitação, professores e estagiários da área de psicologia e jornalismo da Unesp, que atuavam na entidade realizando oficinas no projeto Girassol, criaram o jornal, para integração dos projetos oferecidos na entidade.

O projeto Girassol trabalha com crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos. São oferecidas oficinas de direitos humanos e contação de histórias (Conte um Conto). Após as atividades as crianças fazem uma pesquisa para identificar quais as carências do seu bairro.

Para a executora do projeto e jornalista Cristina Fernandes, é fundamental que todos participem de atividades pedagógicas dentro da escola que estudam. "Percebemos que a periodicidade de um jornal, embora seja importante, não pode se sobrepor ao trabalho educativo e aos objetivos pedagógicos e psicológicos de uma atividade", concluiu.

http://www2.uol.com.br/aprendiz/noticias/fazendo/id050204.shtml

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