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É preciso estimular a curiosidade dos alunos


Publicado pelo Jornal da Ciência 06/02/2004

O físico Ennio Candotti, presidente da SBPC, vê com otimismo o futuro do ensino das ciências na Educação Básica. Apesar de reconhecer que os desafios são muitos, ele avalia que houve grandes avanços na área e diz que Pernambuco colhe os frutos de uma política educacional preocupada com o desenvolvimento de jovens cientistas

Qual a importância do Ensino Básico para o desenvolvimento da ciência no Brasil?
- Entender o mundo, a natureza e os nossos semelhantes, comunicar aos outros nossas alegrias e sentimentos é o que aprendemos na escola, logo nos primeiros anos. É quando aprendemos a olhar, ouvir, a ler e escrever, somar e subtrair. A ser curioso. E para gostar das ciências é preciso ser curioso. Um ensino básico que estimule a curiosidade pode contribuir para que as ciências estejam mais presentes em nossa cultura.

Quais as maiores dificuldades que o professor enfrenta hoje no ensino das ciências?
- Para ensinar ciências é preciso explorar as árvores do quintal, os insetos, os laboratórios devem ser animados, mesmo quando se trata da Química e da Física. O professor precisa de espaços apropriados, mesas grandes, termômetros. Mas sobretudo deve contar com apoio permanente de centros de referência, museus, onde ele também possa exercitar sua curiosidade, encontrar respostas atualizadas às perguntas que os alunos sempre fazem. Mas a maior dificuldade, creio, está na linguagem um tanto formal das ciências. Ensiná-la, aprendê-la, exige alguma perseverança, um pouco de paixão, a mesma que precisamos para aprender a dançar ou tocar violão - Eu danço mal e não sei tocar violão.

O senhor identifica avanços nessa área?
- Há sim grandes avanços. Pernambuco colhe os frutos de uma política educacional que vem sendo perseguida há muitos anos pelos sucessivos governos municipais e estaduais. Mas os desafios são muito grandes. Acredito que experiências como a do Espaço Ciência, os cursos de atualização de professores promovidos pelas secretarias de Educação e pelo MEC, os centros de referência em ensino de ciências são bons exemplos desses avanços. A Secretaria de Educação do Recife enviou mais de mil professores para a reunião da SBPC, na Bahia em 2002. Há um belíssimo relato da experiência vivida pelos professores registrado em um livro que li com emoção. Movimentos importantes estão ocorrendo na educação, e não exagero se digo que isso esta ocorrendo de norte a sul do país.

O relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em Inglês) da Unesco, divulgado no ano passado, colocou o Brasil em penúltimo lugar no ranking de aptidões para ciências. Como o senhor avalia esse resultado?
- A prioridade na política nacional é recente, talvez dos últimos dez anos. Os resultados demoram para se tornarem visíveis. Os salários no ensino médio ainda são baixos, mas tendem a melhorar. A formação de professores nas Universidades é tema de discussão permanente. Ainda formamos todos os anos pouquíssimos professores, mas tenho observado que cada vez mais se difunde a consciência de que é no ensino fundamental, no ensino médio que se forma o cidadão. As ciências não podem prosperar na escola sem que também prospere a história, a língua, a leitura e as artes. A formação deve ser harmoniosa, multidisciplinar. Quero dizer com isso que devemos dar mais valor às muitas 'portas e janelas' que fazem uma escola, e pensar em programas de longo prazo para melhorar o nosso desempenho em todos esses campos. E sobretudo fazer isso com alegria.
Leia a entrevista na íntegra em:

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=16040

Jornal da Ciência

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