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Muitos lugares para aprender


Artigo de Fernando Rossetti na Revista Aprender 10/02/2004

A atual revolução nas tecnologias de informação e comunicação amplia enormemente as necessidades de formação dos cidadãos. Muito do que se aprendia na escola, duas ou três gerações atrás, hoje passa na TV. Muito do que hoje passa na TV ninguém via durante toda a vida, duas ou três gerações atrás.
O mercado de trabalho também vive uma fase de grande instabilidade. Questões fundamentais mudam muito rapidamente: as regras da Previdência, os contratos de trabalho, as profissões que dão dinheiro, o que precisamos saber, o lugar onde produzimos, os colegas. Como lidar com tanta transformação? Como digerir tanta informação? A questão central hoje é dar sentido a isso tudo, construir a identidade das pessoas numa sociedade em mutação, em que muitas vezes somos definidos apenas por aquilo que conseguimos consumir. É certo que a Educação tem um papel cada vez mais crucial para o desenvolvimento individual e coletivo. Mas que Educação? Não é recente a proposta de uma Educação em tempo integral. De uns tempos para cá, fala-se até em “Educação por toda a vida” (lifelong learning). Há quem defenda que a escola deveria cobrir todas as esferas da aprendizagem - das relações aos conteúdos, da socialização à competência técnica.
Para outros, a escola, nesses novos tempos, deve se limitar à transmissão dos saberes essenciais acumulados pela Humanidade, principalmente aqueles que permitem acessar o restante das informações - como a aprendizagem da leitura e da escrita.
O fato é que hoje é fundamental que uma pessoa saiba ler e escrever bem, que ela lide com facilidade com os números e resolução de problemas, e que tenha adquirido o raciocínio científico. São essas as linguagens essenciais que a escola teria minimamente que estar ensinando - e nem isso a maioria está conseguindo.
O mercado de trabalho também exige saber trabalhar em grupo; planejar, gerir e avaliar projetos. Valoriza muito quem é capaz de lidar com situações complexas. É uma questão de cidadania aprender a ler criticamente os meios de comunicação. Mas quem é que vai ensinar essas coisas? Será que a escola terá de trazer para dentro dela todos esses conteúdos? Uma das idéias é ter Educação o tempo todo, sem escola o tempo todo - como diz o educador mineiro Antonio Carlos Gomes da Costa. Está cada vez mais forte em vários países a visão das “cidades educadoras”, em que todos os espaços da vida cotidiana se articulam na formação de seus cidadãos.
A sociedade contemporânea tem muitas instituições que transmitem informações e valores: museus, mídia, ONGs, igrejas, empresas, cinemas, shopping-centers, parques de diversão... Algumas dessas instituições chegam a planejar processos mais sistemáticos de ensino. Mas todas, de uma maneira ou outra, estão formando - e, às vezes, deformando - cidadãos.
O Brasil tem mais de um milhão de jovens analfabetos. Boa parte dos adolescentes não está na série correspondente à sua idade. Apenas uma em cada quatro escolas de ensino fundamental tem biblioteca. Metade tem quadras de esportes. Só 25% das escolas oferecem acesso à internet, poucas de maneira consistente.
O tempo gasto por uma criança em frente à TV é praticamente igual ao dedicado à escola (cerca de 4 horas por dia, segundo estudo do Unicef). Planejar a Educação dos cidadãos hoje implica levar em consideração todas as formas de aprendizagem, todos os lugares e situações em que se constrói conhecimento. A escola pública brasileira tem um enorme desafio de qualidade à sua frente. Mas o desafio de qualidade em Educação considerando o conjunto da sociedade é ainda maior. Enfim, as políticas públicas precisam enfocar também a Educação que acontece fora da escola.
Por exemplo: O que as organizações não-governamentais (ONGs) estão ensinando? Com que indicadores de qualidade? Isso contribui para a formação dos cidadãos? Articula-se ao que é ensinado nas escolas? As ações complementares à escola contribuem para a construção de uma Educação em tempo integral para a sociedade brasileira do século 21. Para se formar cidadãos hoje é preciso perceber que há muitos lugares para aprender

http://www.clippingexpress.com.br/noticia.php?codigo_noticia=8548913&codigo_empresa=271&codigo_pasta=0&status=intranet

Revista Aprender

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