Publicado pela Revista Aprender 12/02/2004

Em todo o mundo, a educação básica de boa qualidade vem sendo reconhecida como imprescindível para a formação do cidadão(ã) do terceiro milênio. A educação oferecida hoje deve proporcionar a todos o exercício qualificado da cidadania, ou seja, é preciso aumentar, em qualidade e quantidade, a participação de todos na vida social, política e econômica do país, na direção da construção de uma sociedade mais justa e democrática. Para isso, a questão do conhecimento, do processo de formação contínua é de vital importância. O conhecimento é um dos principais pilares para a realização da equidade social e a sua democratização é o único elemento capaz de unir modernização e desenvolvimento humano.
Formar o novo homem e a nova mulher não é tarefa apenas da escola, no entanto, ela ainda é um dos espaços privilegiados de trabalho com o conhecimento. E a escola pública, em especial, é um dos poucos lugares/espaços a que grande parte da população, excluída de outros espaços sociais, tem acesso, em parte, mediante a projetos como o bolsa escola e outros programas que exigem a freqüência das crianças as aulas como contrapartida para que os benefícios sejam recebidos.
A função social da escola neste contexto é garantir a população em idade escolar o acesso aos conhecimentos socialmente produzidos relacionando-os ao cotidiano de seus educandos(as). É preciso que a escola esteja comprometida com a aprendizagem de todos os alunos(as), possibilitando-lhes apropriação e produção de conhecimentos, cumprindo assim sua função social.
As políticas públicas brasileiras de expansão quantitativa e extensão da escolaridade obrigatória, adotadas nas décadas de 70 e 80, ampliaram o acesso à escola. No entanto, esse processo deu-se de forma desordenada, construindo-se um número cada vez maior de escolas sem que com isso tenha havido uma efetiva redução do déficit de vagas, principalmente nas séries iniciais. A democratização do acesso à educação não veio acompanhada da democratização do conhecimento, ou seja, estar na escola não significa que esteja aprendendo, vide os índices de repetência/retenção ou as avaliações que são realizadas no sistema educacional como um todo.
É preciso lembrar que a democratização do acesso trouxe para a escola alunos(as) das camadas mais pobres, gerando situações com as quais a escola não tem sabido lidar, ou seja, não houve alterações significativas dos processos pedagógicos, nem uma organização real do currículo de modo a torná-lo mais significativo, para esse novo contingente escolar.
Na história da educação, no município de Dourados, é extremamente significativo o fato de que as gestões tenham priorizado apenas os investimentos na construção de escolas e prédios, ignorando os setores sociais, como professores e alunos, atores fundamentais no processo de construção de uma educação com qualidade social.
A gestão do prof. Laerte Tetila (2001-2004), tem tido um olhar especial para educação de nosso município, desenvolvendo políticas que procuram ampliar a participação da comunidade escolar nos processos de decisão e organização escolar, bem como, investindo recursos na valorização e qualificação dos profissionais em educação. Dentre as políticas e ações implementadas, destacamos (Constituinte Escolar, Movimento de Reorientação Curricular, aumento salarial (salário em dia), concursos, reforma de 30 escolas e — CEIMs, construção de 6 novos CEIM’s, ampliação da EJA, implantação do MOVA, criação da Central de Matrículas, merenda escola com excelente qualidade, etc.,).
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