O risco de câncer de mama |
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Publicado pela Revista Carta Capital fevereiro/2004 |
A incidência de câncer de mama tem aumentado desde o início do século, mas especialmente nos últimos 30 anos. Apesar do aumento, a mortalidade pela doença tem diminuído, graças à maior vigilância por parte das mulheres e à possibilidade de diagnóstico precoce conferida pela mamografia rotineira.
Doença rara nos homens, uma em cada oito a dez mulheres apresentará câncer no seio no decorrer da vida. Os seguintes fatores biológicos ou ligados ao estilo de vida interferem com o risco:
1. Idade: é de importância crítica. O risco aumenta dez vezes quando comparamos mulheres de 60 anos com as de 30. Na faixa etária dos 70 aos 75 anos, esse risco é 17 vezes maior do que nas de 30 aos 35 anos.
2. História familiar: embora na maioria dos casos não seja possível identificar familiares portadores da doença, a existência da enfermidade num parente de primeiro grau (mãe, irmã, filha) aumenta o risco de 1,5 a três vezes.
Atenção.
Estilo de vida e fatores biológicos interferem no risco
Existe uma característica genética, entretanto, que aumenta muito a probabilidade: é a presença dos genes BRCA1 e BRCA2. Na população geral, esses genes ocorrem em cada 500 a 800 mulheres, mas, entre os judeus de ascendência Ashkenazi, a prevalência é muito mais alta. De 50% a 85% das mulheres portadoras de BRCA1 ou BRCA2 um dia terão câncer de mama. A presença desses genes também aumenta substancialmente o risco de câncer de ovário (de 20% a 40% no decorrer da vida). Riscos dessa magnitude justificam em casos selecionados a retirada profilática das mamas e/ou dos ovários.
3. História reprodutiva: mulheres que encerraram a fase reprodutiva sem nunca ter engravidado correm maior risco. As que tiveram filhos antes dos 20 anos correm risco 1,9 a 3,5 vezes mais baixo. As gestações subseqüentes exercem impacto menor.
Quanto mais cedo ocorrer a primeira menstruação (menarca) maior é o risco. Mulheres que tiveram menarca aos 12 anos e passaram a menstruar regularmente desde então, correm risco quatro vezes maior do que aquelas com menarca aos 13 anos, que tiveram irregularidade menstrual nos primeiros ciclos.
Quanto mais tarde acontecer a menopausa, maior o risco. Menopausa aos 45 anos confere risco 50% mais baixo do que aos 55 anos. Menstruar por mais de 40 anos dobra o risco em relação às mulheres que o fazem por 30 anos.
Mães que amamentam seus filhos durante mais tempo têm menor probabilidade, por provável redução do número de ciclos menstruais.
http://cartacapital.terra.com.br/site/exibe_materia.php?id_materia=1266
Revista Carta Capital
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