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Doutor e Palhaço


Entrevista com o médico Patch Adams na Revista Veja 25/02/2004

Quem vê o médico americano Patch Adams com nariz de palhaço e cabelos coloridos pode achar que ele acabou de sair de um circo. É quase isso. Há três décadas, Adams transforma os quartos dos hospitais que visita em um verdadeiro picadeiro. Sua especialidade é animar pacientes com brincadeiras para reduzir o sofrimento deles. A vida de Adams foi retratada em 1998 no filme O Amor É Contagioso, com o ator Robin Williams no papel principal, e serviu de inspiração para o surgimento de vários grupos doutores da alegria, espalhados pelo mundo. O médico é autor de três livros, dois deles publicados no Brasil. Neles, Adams defende sentimentos como humor, compaixão, alegria e esperança no tratamento de pacientes e diz que o medo que os médicos têm de cometer erros destrói a relação médico-paciente. Aos 58 anos, Adams dirige o Instituto Gesundheit (saúde, em alemão), nos Estados Unidos, que atende pacientes de graça. Também dá palestras e cursos em vários países. De Arlington, cidade onde mora com a mulher e dois filhos, Adams concedeu a seguinte entrevista a VEJA.

Veja – O filme O Amor É Contagioso mostra o senhor como um médico que se preocupa muito com os sentimentos dos pacientes. O senhor sempre foi assim?
Adams – Nem sempre. No fim da adolescência, não me preocupava com ninguém. Devido à morte de meu pai, ao suicídio de um tio muito querido e ao fim de um namoro, comecei a ficar obcecado pela idéia de morrer. Cheguei a tomar vinte aspirinas de uma só vez, tentei pular de um precipício. Até que um dia pedi a minha mãe que me internasse em um sanatório mental. Lá, conheci gente que estava tão pior que eu que fez minha dor parecer trivial. Eram pessoas que sempre viveram com raiva e desespero. Essa experiência me fez perceber quanto as emoções podem influenciar em nossa vida, seja de forma positiva ou negativa. A partir de então, comecei a dar mais importância aos sentimentos das pessoas.

Veja – Estudos mostram que emoções como o perdão, a alegria e a esperança podem acelerar o processo de cura. Mesmo assim, muitos médicos não se preocupam com isso. Por que eles são tão resistentes a essa idéia?
Adams – Os médicos tendem a esconder os sentimentos porque acham que ficarão vulneráveis se demonstrarem qualquer tipo de emoção. Antigamente existia o médico da família, que ia até a casa de seus pacientes, ouvia com atenção os problemas de cada um e conhecia cada integrante da família pelo nome. Hoje, o paciente é tratado como cliente de loja, que paga para obter o serviço. O amor passou a não ter espaço na área médica. Se o médico gasta tempo com amor, não tem retorno financeiro algum. Só ganha dinheiro se dá um remédio ao paciente ou faz alguma intervenção cirúrgica.

Veja – Em seu livro A Terapia do Amor, o senhor diz que os médicos, em sua maioria, se sentem como se fossem deuses.
Adams – Na verdade, é a sociedade que exige do médico que ele aja como se fosse um Deus. Espera-se que ele faça milagres e não erre nunca. Isso é impossível. Como todo ser humano, o médico pode errar. Essa idéia de que o médico tem de ser perfeito também prejudica a relação com o paciente. Faz com que este coloque toda a responsabilidade do que ocorre com ele nas mãos do médico. E isso é errado. O paciente é mais responsável pela própria recuperação do que o médico que o está tratando.
Leia a entrevista em:

http://veja.abril.uol.com.br/250204/entrevista.html

Revista Veja

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