> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quarta-Feira , 30 de Abril de 2025
>> Notícias
   
 
A depressão de cada um


Artigo de Luiz Caversan no jornal Folha de S.Paulo 28/02/2004

A frase acima, de uma verdade singela, caiu nas minhas mãos duas vezes esta semana.

Primeiro num conto do excelente livro "Grande Sonho do Céu", do norte-americano Sam Shepard. Depois, no e-mail de uma amiga. Como não acredito em coincidências, acho que isso tem a ver com tudo o que está acontecendo, com os temas que tenho abordado nesta coluna, como a peremptoriedade da passagem do tempo e a paradoxal contingência devido à qual simplesmente "não temos tempo" de aproveitar bem justamente ... esse tempo.

Tem a ver também com o crescimento das relações que estabelecemos com o nosso entorno, com o amadurecimento dos sentimentos que dedicamos aos outros e que generosamente deveríamos dedicar a nós mesmos.

Tem a ver, enfim, com felicidade e depressão, outro tema recente, abordado na coluna da semana passada e que, como era possível prever, teve enorme repercussão entre os leitores.

"Depressão e Carnaval" obteve repercussão não por mérito das minhas opiniões, claro, mas, sim, pelo tema em si, que é motivo de discussão cada vez mais ampla e salutar e que deve ser estimulada sempre, em nome do combate ao estigma e ao preconceito.

Por isso, tomo a liberdade de reproduzir abaixo alguns dos e-mails que recebi, para seja possível ter uma idéia do "andar da carruagem" no que se refere à depressão nos dias de hoje.

São opiniões, dicas, dúvidas e críticas proveniente de leitores cujos nomes completos omito porque não tenho autorização expressa dos mesmos para divulgá-los.

Em tempo: a frase lá de cima é de John Lennon e está na música "Beautiful Boy", um dos últimos trabalhos do compositor, dedicado a seu filho.

"Acabo de ler ''Depressão e Carnaval'' com uma alegria depressiva [risos], com certeza devo ser contado entre aqueles que não se divertem no Carnaval; e não só no Carnaval como em muitas outras situações em que pessoas da minha idade se divertem (eu tenho 20 anos). Tédio. Relendo esta semana, pela terceira vez, "Une Saison en Enfer", do Rimbaud, eu consigo me divertir mais, e até rir ao ler como pode alguém descrever estados de espírito tão parecidos comigo; é uma espécie de terapia.

'Ninguém parte. Percorramos novamente os caminhos daqui, carregado de meu vício que aprofundou sua raízes de sofrimento a meu lado, desde a idade da razão, que sobe ao céu, me golpeia, derruba, arrasta. A derradeira inocência e a derradeira timidez. Está dito. Não entregar ao mundo meus desgostos e minhas traições.Vamos! A marcha, o fardo, o deserto, o tédio e a cólera. A quem me alugar? Que besta é preciso adorar? Que santa imagem atacar? Que corações destruirei? Que mentira devo sustentar? Sobre que sangue caminhar? Mas é melhor evitar a justiça. A vida dura, o simples embrutecimento, levantar, o punho seco, a tampa do caixão, sentar-se, afogar. Assim desaparecem a velhice e os perigos: o terror não é francês. Ah! Sinto-me tão abandonado que estou oferecendo a qualquer divina imagem impulsos para a perfeição. Ó minha abnegação, ó maravilhosa caridade! aqui em baixo, embora! De profundis, Domine, que estúpido sou!'

Muito bom ler sobre isso essa semana, sobre essa ''impropriedade'' frente a algumas/muitas coisas do mundo."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult513u139.shtml

Folha de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader