Naves podem ter levado vida para Marte |
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Publicado pelo Jornal da Ciência 26/03/2004 |
Um pesquisador da Nasa, a agência espacial americana, está convencido de que há vida em Marte. Vida exportada pela Terra. Mais precisamente microorganismos, que chegaram clandestinamente nas sondas espaciais enviadas para investigar o planeta vermelho.
A hipótese da exportação inadvertida de vida para Marte foi apresentada por Andrew Schuerger, da Universidade da Flórida, contratado pela Nasa para investigar os riscos da contaminação espacial e desenvolver métodos de esterilização para futuras missões.
"Acredito que há vida em Marte. A vida chegou lá porque nós a enviamos", afirmou Schuerger, durante a Conferência de Ciências Lunares e Planetárias, realizada em Houston, no Texas.
Schuerger disse à revista britânica "New Scientist" que de todas as sondas enviadas a Marte apenas as duas Vikings, de 1976, foram adequadamente esterilizadas com calor.
De acordo com o cientista, as demais, incluindo os carros-robôs da Nasa Spirit e Opportunity, que exploram Marte no momento, e a sonda britânica Beagle 2, perdida na superfície marciana em dezembro, poderiam ter levado microorganismos.
O pesquisador fez numerosos experimentos para investigar se micróbios - bactérias - poderiam sobreviver aos procedimentos atuais de esterilização e em ambientes hostis como Marte.
Os resultados indicam que algumas espécies de bactéria podem ter sobrevivido à viagem de pelo menos seis meses até Marte e ainda viverem por lá.
Schuerger, todavia, duvida que os microorganismos tenham condições de proliferar no planeta. Ele explicou que as naves são revestidas de material que repele a água. Assim, qualquer água no exterior das naves acaba por formar microbolhas.
Tais microbolhas, mesmo após praticamente secarem, são capazes de concentrar micróbios.
Segundo o cientista, não é impossível que alguns micróbios tenham encontrado condições de sobreviver em poças ácidas de salmoura congelada, que imagens recentes da nave espacial Mars Express sugeriram existir no planeta.
"O mais provável é que se levamos microorganismos para Marte, eles morreram logo. Porém, pode ser que a vida tenha se adaptado ao planeta e nós tenhamos feito algo realmente horrível, um desequilíbrio espacial", disse Jeff Kargel, do the US Geological Survey, que estuda a composição da superfície de Marte.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=17346
Jornal da Ciência
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