Publicado pelo site Aprendiz 31/03/2004

Aumentou o número de casos de câncer na cidade de São Paulo. No período de 1997/99 foram detectados 119 mil pessoas com câncer e 32 mil delas morreram. Os principais motivos para esse crescimento são o aumento da população com mais de 60 anos e uma série de fatores de risco presente no cotidiano das pessoas.

De acordo com o Ministério da Saúde, no período de 1930/1999 houve um aumento de mortes causadas por tumores malignos contrastando com a diminuição dos casos de doenças infecciosas. "Com o decorrer dos anos, a mortalidade está ficando cada vez mais estável e os casos de incidências estão aumentando cada vez mais", disse o médico Antônio Pedro Mirra, que coordenou a pesquisa "Aspectos do câncer no Município de São Paulo, no período de 1997 a 1999", realizado pela Faculdade de Saúde Pública.

Para reverter essa situação, os paulistanos precisam tomar duas providências urgentes: parar de fumar e fazer uma dieta saudável. Isto significa um maior controle do tabagismo e o acréscimo de frutas e verduras nas refeições diárias das pessoas. Só assim, acredita Mirra, será possível atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS). A expectativa é que, em 2025, as incidências dos casos de câncer diminuam em 25% e os de mortalidade por tumores malignos em 50%.

No período de 1997 a 1999, morreram 17,510 mil homens com câncer e 15,515 mulheres com tumores malignos. A maior incidência da doença nos homens é na próstata (17%), depois nos pulmões (7,5%) e, em seguida, no estômago (7,2%). Nas mulheres, o maior número de casos de câncer é disparado o de mama (24%). Depois vem o de colo do útero (6%), intestino grosso (4,6%) e estômago (3,8%).

"Os homens morrem mais porque deixam de se cuidar, dificilmente eles procuram os médicos", conta Mirra. O coordenador explica que, os casos de câncer no aparelho digestivo, por exemplo, estão ligados diretamente a má alimentação e consumo em excesso de carnes vermelhas, gorduras e sal. Os culpados do aparecimento de câncer de mama nas mulheres são o uso de hormônios e a primeira gravidez tardia. "Quanto mais velha, maiores são as chances de contrair a doença, pois ela fica mais exposta as fatores de riscos", ressalta.

Conhecer os fatores da doença leva à prevenção e ao planejamento das ações através de políticas públicas visando à diminuição dos casos. Diferentemente dos casos de mortalidade que dependem de uma ação individual de prevenção. Os homens estão mais conscientes em relação ao câncer de próstata, sabendo da necessidade de procurar um especialista com freqüência.

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