Publicado pelo site Aprendiz 04/04/2004

Ter grandes idéias, mas não ter oportunidade para colocá-las em prática é o que faz com que muitos jovens desistam de lutar por aquilo em que acreditam. E foi justamente em torno desse tema que aconteceu a discussão da oficina Juventude e Intervenção Social, realizada pelo Projeto Aprendiz Comgás no último dia do Fórum Mundial de Educação.

O Projeto Aprendiz Comgás, que nasceu de uma parceria entre a ONG Cidade Escola Aprendiz e a Comgás, trabalha desde 1999 contribuindo para o desenvolvimento e implementação de projetos sociais idealizados por jovens. Também conhecido como PAC, no programa os jovens são orientados, entre outras coisas, a escrever e colocar o projeto em prática, estudar o público-alvo, fazer captação de recursos e buscar parcerias. Cerca de 540 adolescentes distribuídos em 86 projetos já passaram pelo PAC.

Segundo a educadora de cidadania do PAC, Teca Barbieri, dar esse tipo de oportunidade para o jovem significa fazê-lo compreender que tem capacidade e potencial para transformar. Fora o fato de que gera auto-estima, confiança, autonomia e senso crítico, o jovem também se abre para novos horizontes.

"Na verdade, por meio da intervenção social ele passa a ser reconhecido de outra forma pela sociedade". Para a educadora, isso é extremamente importante ainda mais numa fase em que o jovem é muito julgado e tudo o que geralmente faz é visto com olhos tortos. "A maioria das pessoas tem mania de rotular os jovens como rebeldes", comenta.

"Temos que estudar o que está por trás dos fatos, entender o que aquilo significa para ele e não julgá-lo. Só assim poderemos contribuir e criar um diálogo". E é nessa forma de interação com o jovem que o Aprendiz Comgás vem apostando nesses quase cinco anos de projeto.

Teca disse que o papel do educador nesse processo de incentivo à implementação de projetos tem que ser de compreender a fase em que o jovem vive, vê-lo como alguém que ainda está em momento de formação, manter uma relação horizontal com ele para que contribuições enriquecedoras possam ser feitas e estimulá-lo a agir e refletir.

Também foram apresentados alguns projetos que foram incubados no PAC. Entre eles, um projeto que leva o teatro às favelas do bairro do Butantã, em São Paulo, outro que exibe cinema para a comunidade nos finais de semana e um terceiro que reduziu significativamente os gastos com o uso de água em duas escolas públicas da Zona Leste de São Paulo por meio de conscientização e troca de equipamentos hidráulicos.

http://www2.uol.com.br/aprendiz/noticias/congressos/id010404_25.shtml

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