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Divórcio entre mídia e educação prejudica ensino


Publicado pela Agência Carta Maior 10/04/2004

Desde 1950, quando começou a se falar em tecnologia educativa no Brasil, há um certo distanciamento entre professores e comunicadores. Nos últimos 10 anos, com a chegada de tecnologias de ponta como a internet, houve um boom no setor e a mídia ganhou mais espaço na sala de aula. Apesar disso, experiências de Educação a distância ainda são vistas com receio e mesmo o uso da televisão em sala de aula não é freqüente. A análise, feita por professores durante o Fórum Mundial de Educação, que terminou no último domingo (4), aponta para um cenário de rejeição mútua, que prejudica em muito a formação dos alunos.

“A história da relação dos professores com as tecnologias e com a mídia é de confronto e descrédito. Esse fato tem dificultado o avanço das tecnologias nos espaços educativos. Ao mesmo tempo, a mídia vê a Educação como algo de pobres, que não lhe deu dinheiro no passado, e por isso não investe no setor”, aponta Ismar de Oliveira Soares, que dirige a cadeira de Gestão de Processos Comunicacionais na Escola de Comunicações e Artes da USP e é supervisor do projeto Educom.radio. “Esse preconceito mútuo faz com que as faculdades de Pedagogia desconheçam a tecnologia, por mais que os professores sejam grandes consumidores de mídia”, diz.

Uma pesquisa feita com os professores da rede municipal de ensino de São Paulo mostrou que eles passam de 6 a 8 horas envolvidos com mídia, seja o rádio, a TV, a internet ou os jornais. Tudo isso, no entanto, é visto pelos educadores como entretenimento e não colabora para aproximar as áreas da Educação e da Comunicação. Para Âmbar de Barros, coordenadora do escritório da Unesco em São Paulo, a questão se torna ainda mais preocupante quando as crianças passam mais tempo diante da TV do que na escola e são influenciadas em sua formação muito mais pelo que assistem do que pelo que aprendem na escola.

“Nós, pais e educadores, nos sentimos impotentes. Mas um caminho para reverter este processo é nos transformarmos em receptores críticos da mídia e depois disso trabalharmos em sala de aula com os alunos para que eles ajam da mesma forma”, acredita Âmbar. Um dos seminários realizados durante o Fórum de Educação, organizado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, discutiu exatamente a importância desta preparação dos estudantes para terem um olhar independente em relação aos veículos de mídia (para saber mais sobre o seminário, visite a página www.intervozes.org.br).

Mídia deseducadora
A construção de uma postura autônoma nos jovens e crianças aparece como fundamental quando se analisa com critérios a qualidade da mídia no Brasil. Neste ponto, educadores e comunicadores estão juntos: a imensa maioria dos veículos de comunicação em operação no Brasil são deseducadores pelo fato de não enxergarem na Educação um valor primordial para a sociedade. Isso resulta, por exemplo, no pequeno espaço dado à cobertura do setor por parte da imprensa.

“Se você cobra isso dos veículos, a resposta é que as pessoas não estão interessadas em saber sobre a Educação”, conta o jornalista Gilberto Dimenstein. “Mas este é um processo perverso. Ao mesmo tempo que a mídia diz que segue a pauta da população, se cria um círculo vicioso. Se tivéssemos que fazer um plano diabólico para imbecilizar a nação, a mídia não seria muito diferente da que temos hoje”, acredita.

Na opinião de Dimenstein, a própria imprensa – e a sociedade como um todo – precisa ver a mídia como um fator fundamental para o desenvolvimento da nação. Aos comunicadores caberia a tarefa de pressionar governos, escolas, famílias e também a mídia a se convencerem de que, sem Educação, não há a possibilidade de existir uma sociedade igualitária.

“O país não vai acabar com grau de exclusão se todos não se sentirem educadores. É preciso protestar e cobrar das TVs, rádios e jornais que a mídia seja mais responsável. No momento em que perceberem que o leitor quer mais cobertura de Educação e que o telespectador prefere assistir ao Castelo Rá-Tim-Bum do que ao Programa do Ratinho, os jornais e a TV vão mudar de postura”, a

http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?id=1634&cd_editoria=004&coluna=reportagens

Agência Carta Maior

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