Especialista fala sobre a TV para crianças |
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Publicado pelo site No Mínimo 20/04/2004 |
Aos 46 anos, o americano David W. Kleeman ainda curte o Scooby-Doo, ri do Salsicha e adora Garibaldo. Há mais de vinte anos envolvido com mídia infantil, Kleeman é hoje o diretor-executivo do American Center for Children and Media (Centro Americano para Crianças e Mídia) – organização sediada em Chicago que presta consultoria e monitora a qualidade de toda a programação despejada diariamente para crianças. Criada há 15 anos, a organização vem acompanhando as mudanças meteóricas da mídia – tanto, que em 1999 deixou de se chamar American Center for Children’s Television para ganhar o nome atual.
Ainda nos tempos em que estudava psicologia na Universidade de Harvard, com o intuito de se tornar professor, Kleeman assistiu à palestra de um dos criadores do seriado “Vila Sésamo”. Foi então que decidiu que com a televisão poderia alcançar muito mais crianças do que em uma sala-de-aula. Trabalhou por cinco anos no próprio “Vila Sésamo” até engajar-se na organização em que atua hoje.
Pai de duas filhas, de 16 e 12 anos, ele desembarca no Rio de Janeiro nesta segunda-feira para participar da 4ª Cúpula Mundial Para Mídia de Crianças e Adolescentes, que acontecerá de 19 a 23 de abril na Escola Naval. Desde 1995, a cúpula reúne a cada três anos os principais nomes do cenário nacional e internacional no setor.
Mas a agenda carioca de Kleeman não será recheada apenas de mídia. Treinando para uma maratona marcada para maio, ele poderá ser visto suando a camisa na praia de Copacabana.
O que mudou na mídia infantil nos últimos 30 anos?
Tudo. Na década de 70, os Estados Unidos tinham apenas quatro canais de televisão que lidavam com mídia infantil em parte de sua programação. Não havia Internet, viodecassete, DVDs – as opções de mídia eram muito limitadas. O “Vila Sésamo” foi criado há 35 anos. Estávamos começando a ver uma programação que, de fato, levava em consideração os estágios de desenvolvimento intelectual infantil e construía seu conteúdo baseado no aprendizado. Além do “Vila Sésamo” tínhamos “Mr. Rogers” e “Capitão Canguru”. Nada muito além disso.
O “Vila Sésamo” é um sucesso até hoje. Qual a razão?
A maneira sábia como eles se desenvolveram, fazendo pesquisas constantes para saber sobre as mudanças no mundo infantil. A infância não muda – as crianças ainda têm de passar pelos mesmos estágios de desenvolvimento emocional e intelectual. O que muda é o ambiente que as circunda. O “Vila Sésamo” captou o que é essencial para a infância e formata o programa de maneira que as crianças continuem interessadas.
Inclusive para a versão da África do Sul foi criada uma personagem portadora de HIV – e na versão israelense, personagens árabes e judeus convivem na mesma rua...
Este é um dos brilhantismo do programa. Apesar de o “Vila Sésamo” vender a versão americana para alguns países, ele tem a genialidade de desenvolver versões locais para cada realidade. Por exemplo: hoje não precisamos ter um personagem portador de HIV na versão americana do programa, porque aqui o problema não atinge a maioria das crianças com idade pré-escolar. Mas na África do Sul este é um cotidiano tão devastador que é importantíssimo para as crianças de lá aprenderem, principalmente, a ter compaixão com as outras pessoas. E é isso que o programa tem feito lá ou em países como Rússia, China, Alemanha ou México. Eles sempre pesquisam sobre as necessidades das crianças de cada cultura.
(A programação da da 4ª Cúpula Mundial Para Mídia de Crianças e Adolescentes pode ser acompanhada pelo site www.riosummit2004.com.br)
Veja a íntegra da entrevista em:
http://nominimo.ibest.com.br/notitia2/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=54&textCode=11358&date=currentDate
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